Vanguarda Literária : BARTOLOMÉ HIDALGO E A POESIA URUGUAIA/ GAUCHESCA

Os estudiosos da Literatura Uruguaia afirmam que ela recebeu, ao longo do tempo, forte influência do estilo e pensamento europeu. As primeiras manifestações literárias aconteceram simultaneamente ao processo de independência, surgindo com força arrasadora a poesia militante, cuja expressão maior foi BARTOLOMÉ HIDALGO. Esse expressivo e louvado escritor nasceu em Montevidéu, no ano de 1788, filho de humildes país de origem argentina, cujo pai perdeu no início da infância. Dedicou-se à leitura de poesia espanhola clássica, e participou nas lutas pela independência da Argentina e do Uruguai. Foi o autor do hino revolucionário “A Marcha Oriental”. Destacou- se, sobretudo, por ser o pioneiro na POESIA GAUCHESCA. Esse tipo de poesia surgiu no início do século XIX no Rio da Prata, caracterizada por ser uma poesia narrativa de fábulas de amo, divulgada por cantores nômades, uma espécie de trovadores, as quais mostram também questões e disposições sociais próximas às pessoas de quem são oriundas e para quem são emanadas , em sua essência, e apresentam o grande objetivo de garantir o orgulho e auto-referência à linguagem única daquela região. Portanto, exaltam um sentimento poético e libertário.
Autor do Hino Nacional uruguaio, obra pelo qual foi nomeado Benemérito da Pátria, HIDALGO deixou vários trabalhos poéticos, sendo os mais representativos “CIELITOS” e “ DIÁLOGOS PATRIÓTICOS”, dentro do contexto de independência, com fortes marcas nativista é patriótica como já referi anteriormente.

Eis alguns versos de “CIELITOS” ( traduzidos):

“ Se o céu ‘e o melhor de tudo
o que foi criado,
deve ser a dança dos Povos da União .
céu céu e mais céu ,
o céu sempre canta
que a alegria é do céu,
do céu e’ a liberdade.”

Esse poeta tão cultuado no seu país, sobretudo pelo seu exemplo de patriota, viveu pouco: aos 34 anos de idade partiu para outra dimensão. Eis mais um exemplo de ser humano comprometido não somente com o afazer poético, mas, sobretudo com o seu papel como agente ativo da história do seu país. São esses homens iluminados cujo nome é uma lembrança imperecível. Devemos, portanto levar esses nomes ao conhecimento da nova geração, dos jovens tão marcados pela destruidora cultura do imediatismo. Preservar a História é dever sagrado para todos nós, em nome da preservação da nossa Civilização Ocidental a qual tem que superar mil dificuldades para sobreviver.

 

  • Bartholomé Hidalgo, pioneiro da “Poesia Gauchesca”, tipo de poesia que surgiu no início do século XIX no Rio da Prata