Editorial : Boas ideias, nada de iniciativa Ferramentas essenciais são deixadas de lado
A discussão sobre crimes cometidos por meio da internet torna-se cada vez mais latente toda vez que alguma foto de celebridade ou fato que afete a vida de alguma pessoa ‘vaza’ na rede. Após isso, vem uma enxurrada de comentários, mobilização da imprensa, alvoroço social.
Aliás, engana-se quem acredita que não existam leis nem regras para a internet. Na realidade essa informação é apenas sinal do desconhecimento do povo brasileiro e até de pessoas ligadas à própria Justiça. As primeiras publicações editadas no Brasil sobre o tema são de 1975, porém não foram difundidas e muito pouco estudadas. Independentemente disto, há dois anos tivemos uma boa notícia para o segmento, mas ficou no ‘ar’.
A SDH – Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República – anunciou no fim de 2014, a utilização de uma ferramenta para mapear a ocorrência de crimes de ódio na internet. O software deveria coletar dados e identificar redes que se reúnem para fazer ofensas a grupos de pessoas. A ferramenta deveria ser o pilar das atividades do Grupo de Trabalho Contra Redes de Ódio na Internet, criado em novembro de 2013 para monitorar e mapear crimes contra Direitos Humanos nas redes sociais.
De acordo com o órgão, com base nas informações coletadas pelo software, o grupo de trabalho poderia encaminhar denúncias ao Ministério Público ou à Polícia Federal. Alguns casos já estão sendo analisados, com base em denúncias recebidas pela ouvidoria da SDH. Para o órgão qualquer pessoa poderia colaborar, com um simples clicar de botão. Esperamos que assim, as pessoas sejam mais cautelosas quando forem postar nas redes sociais. Alguns minutos de ódio, raiva, racismo e homofobia, poderão virar um longo período de lamentação.
Mas, no popular, ‘e ae?’. O que vai acontecer a partir de agora? O que deveria ter ocorrido?
Ao que tudo indica, esta foi mais uma ideia que ficou para trás. Mas um programa – a serviço da cidadania – que ficou no vazio.