Editorial : Chegou a hora da volta às aulas

Neste semana, crianças e adolescentes das redes públicas e privadas de Pindamonhangaba voltam à escola para um novo ano letivo. Nesta volta às aulas, o UNICEF aponta uma atenção especial para os estudantes. Estudos confirmam os grandes impactos do fechamento das escolas na vida de meninas e meninos, em especial aqueles em situação mais vulnerável. Reverter esse cenário só é possível com estratégias voltadas ao acesso à escola, à permanência dos estudantes nela e à retomada da aprendizagem.

Desde o início da pandemia, o UNICEF vem alertando para o aumento da exclusão escolar em todo o mundo. No Brasil, em novembro de 2020, já havia mais de 5 milhões de meninas e meninos sem acesso à educação – número semelhante ao que o País tinha no início dos anos 2000. Crianças de 6 a 10 anos já eram as mais afetadas pela exclusão escolar na pandemia, impactando seus processos de alfabetização, e trazendo consequências negativas por muitos anos.

Uma das principais estratégias para o retorno desses estudantes à escola é encontrar crianças e adolescentes fora da escola, ou em risco de abandono, e tomar as medidas necessárias para que voltem à escola e permaneçam nela, aprendendo. Desde o início de 2020, mais de 80 mil crianças e adolescentes foram encontrados e rematriculados na escola em todo o Brasil. Também é preciso investir na retomada da aprendizagem. Apesar dos grandes esforços de professores e escolas, muitas crianças e muitos adolescentes não conseguiram ter acesso adequado a educação longe das salas de aula. Cada uma dessas crianças e desses adolescentes vai precisar de apoio pedagógico e dos pais para recuperar a aprendizagem e voltar a ter trajetórias de sucesso escolar.

Neste momento de volta às aulas, em que a pandemia ainda não acabou, é fundamental que as escolas continuem a implementar todas as orientações para a prevenção da covid-19. A esses cuidados se soma a vacinação contra a covid-19. Em todo o mundo, o UNICEF apoia a vacinação de crianças assim que as vacinas estiverem disponíveis para elas – e quando os grupos prioritários estiverem totalmente protegidos. Esse é o caso do Brasil, que está com 70% da população imunizada, e as vacinas agora estão disponíveis também para crianças a partir de 5 anos. A ausência da vacinação, no entanto, não pode impedir o acesso de estudantes à escola. O direito à educação deve ser sempre garantido e priorizado.