Editorial : Crise e instabilidade fazem seguros de pessoas crescerem
Devido ao delicado momento econômico brasileiro e ao cenário político, a utilização daquele ditado ‘o seguro morreu de velho’ está ficando cada vez mais escassa.
Isso porque a crise da economia e a instabilidade em Brasília têm deixado todo o país aos prantos. Embora já tenha havido sinais de melhora econômica amenização de alguns estragos, ainda existem setores que estão apenas iniciando o pior pesadelo – segmentos que ainda vão sentir o golpe.
Para tentar ‘escapar’ deste cenário difícil, muitas pessoas têm recorrido aos seguros pessoais.
De acordo com a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), os seguros de pessoas (vida, acidentes pessoais, viagem, educacional, entre outros), registraram no terceiro trimestre deste ano R$ 7,73 bilhões em prêmios, alta nominal de 5,3% frente aos R$ 7,34 bilhões verificados nos primeiros três meses do ano anterior.
Na divisão por produto, o seguro de vida registrou prêmios de R$ 3,3 bilhões, correspondendo a um aumento de 6,7% em relação ao terceiro trimestre de 2015.
Já o seguro prestamista recuou 4,3% em relação ao acumulado de 2015, movimentando R$ 1,8 bilhão em prêmios. O seguro de acidentes pessoais obteve alta de 5,4% no terceiro trimestre de 2016 e acumulou R$ 1,3 bilhão.
O seguro educacional teve expansão de 71,9%, com prêmios da ordem de R$ 12,3 milhões. Segundo o balanço da FenaPrevi, o avanço foi impulsionado pelo receio das famílias quanto à capacidade de fazer frente aos custos de educação dos filhos.
Somente no mês de setembro, o valor pago pelos segurados para contratação de coberturas para seus riscos pessoais foi de R$ 2,55 bilhões, resultando na mesma arrecadação registrada em setembro de 2015, embora tenha havido crescimento expressivo do valor dos prêmios relacionados aos ramos educacional e funeral.
Na divisão por produto, seguro de vida cresceu 3,49% em setembro de 2016 ante 2015, para R$ 1,085 bilhão. O prestamista recuou 10,11%, para R$ 610,3 milhões, o de acidentes pessoais subiu 1,89%, para R$ 428,11 milhões, e o auxílio funeral teve avanço de 21,93%, para R$ 38,25 milhões. Em setembro de 2016, o seguro viagem cresceu 11,91%, para R$ 36,55 milhões, e o educacional avançou 84,88%, para R$ 4,77 milhões.
Segundo especialistas, esta tendência iniciada com a crise econômica deve prosseguir até após a recuperação do país. Pois o segurado pode perceber os benefícios e a segurança dos produtos e querer continuar. Além disso tem o fato das apólices ficarem com ‘custo’ inferior com o passar do tempo na maioria das modalidades.
Desta forma, esperamos, aí sim poder voltar a dizer aquela famosa frase ‘o seguro morreu de velho’.