Cuidados para evitar afogamentos com crianças
Após o caso de afogamento com um bebê de 1 no e 4 meses em Pindamonhangaba, no último fim de semana, fica o alerta do número de casos iguais a este que acontecem em todo o país.
A cada uma hora e meia, um brasileiro morre afogado. Deste número, 59% das mortes na faixa de um a nove anos de idade ocorrem no ambiente familiar como piscinas ou cisternas. Segundo o último boletim epidemiológico divulgado pela Sobrasa (Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático) Sobrasa, principal entidade de prevenção e salvamento aquático do país, 15 pessoas morrem diariamente vítimas de afogamento, uma a cada 90 minutos. Crianças entre 1 e 4 anos de idade estão entre as principais vítimas, uma vez que os afogamentos são a segunda causa de morte nessa faixa etária e 50% ocorrem dentro de casa.
Com o crescimento do número de pessoas que desfrutam do meio aquático, seja para o banho, a prática de esportes, o transporte, ou mesmo para trabalho, se tornou fundamental falar sobre o que é segurança aquática.
O que é segurança aquática?
“Podemos definir como segurança aquática a prevenção contra o afogamento. Uma vez que não é considerado um acidente, mas, sim, um incidente, é totalmente previsível e, principalmente, possível de ser evitado”, explicou a professora de Educação Física, especializada em Natação, Diane Carrinho Silva.
Essa é a relevância do que instituições como a Sobrasa fazem. Investir na prevenção, mostrando os principais cuidados que devem ser tomados, é a melhor maneira de conscientizar a população brasileira sobre esse grave problema.
Dentro dessa ideia, as escolas de natação se tornam essenciais para que esse trabalho ganhe um alcance ainda maior. Isso porque, com o distanciamento social dos últimos anos, houve o aumento do tempo de permanência em residências, potencializando o risco de afogamento. “O objetivo da natação parte de um só: educar. Além de educar as crianças em relação aos fundamentos e nados, ao desenvolvimento social, motor e cognitivo, a natação também pretende conscientizá-las com passos simples para prevenir afogamentos, como reconhecer riscos e quais cuidados são necessários”, salientou Diane.
As crianças que praticam esporte e são educadas na piscina sobre segurança em aulas de natação podem, ainda, ensinar os pais e responsáveis em casa, porque aprendem que prevenir é salvar vidas.
“Uma das principais dicas para segurança aquática, independentemente da idade, é aprender a nadar. Além de a prática ser essencial para que as crianças saibam se comportar dentro do meio, também permite que tenham mais consciência do que podem ou não fazer em piscinas, mares e rios”, disse Diane.
Ainda assim, é vital ressaltar que, principalmente no caso das crianças, mesmo que elas saibam nadar, devem ter o acompanhamento de responsáveis.
Dicas para evitar o afogamento:
• Nunca deixe crianças sozinhas quando estiverem dentro ou próximas da água. Um adulto deve SEMPRE supervisionar de perto e com atenção;
• Se possível, coloque a criança em aulas de natação para que aprenda a se defender, contudo não superestime a habilidade de crianças que já sabem nadar;
• Boias e outros equipamentos infláveis passam uma falsa sensação de segurança, mas podem estourar ou virar a qualquer momento, dificultando ainda mais o retorno à superfície. Prefira coletes de salvamento;
• Ensine as crianças a não correr, empurrar, pular em outras crianças ou simular que estão se afogando quando estiverem na piscina, lago, rio ou mar;
• Piscinas devem ser protegidas com cercas de no mínimo 1,5 m de altura e portões com cadeados ou trava de segurança;
• Evite deixar brinquedos e outros atrativos próximos à piscina e reservatórios de água;
• Depois do uso, mantenha vazios, virados para baixo e fora do alcance das crianças baldes, bacias, banheiras e piscinas infantis;
• Deixe a porta do banheiro e da lavanderia fechada ou trancada por fora e mantenha a tampa do vaso sanitário abaixada;
• Mantenha cisternas, tonéis, poços e outros reservatórios domésticos sempre trancados.