Proseando : DESTINO?
Dia dois de dezembro.
Depois de duas duras décadas de dedicação, Deocleto despedia dona Dalva: descuidada, derrubara desinfetante dentro do dormitório, degenerando diversos documentos. Desesperada, desculpava-se desejando demovê-lo da decisão. Determinado, Deocleto disse:
— Depois desse descuido desmedido, danificando-me dois dossiês, dificulta-me desfazer dessa decisão… Destarte, desapareça definitivamente deste domicílio.
Descrevendo dúzias de dívidas, duvidosamente dona Dalva desmaiou. Desconfiado, Deocleto deixou-a desfalecida.
Dentro da drogaria “Droga D” divisou Dráuzio devolvendo dez drágeas deterioradas, desvanecedoras de dentalgia. Debochou:
— Dor de dentadura, Dráuzio?
Desconcertado, Dráuzio disparou:
— Deixe de denegrir-me, deputado… Deveria dizer-lhe dezenas de desaforos… Deveria…
— Desculpe-me.
— Desforrarei!
— Desculpe-me, Dráuzio. Deveria dirimir-me desses desplantes depois de deperecer diante duma dor dilacerante.
— Dor dilacerante?
— Deixe-me desabafar. Desejo demais dona Dalva… Deveria dizer-lhe desse desenfreado desejo de desposá-la… Deveria… Desencorajo-me… Doeria demais decepcionar-me.
— Deixe de delirar.
— Deito, durmo, desperto desejando-a demais… Despedi-a.
Devo descansar desse desespero.
— Dona Dalva deixou-lhe desmiolado, desassisado… Depois dialogamos.
Decorridos dezessete dias, Deocleto divisou dona Dalva dentro da doçaria deglutindo docinhos de damasco. Decidiu desculpar-se.
— Dona Dalva — disse desconcertado.
— Doutor Deocleto! Deveria distanciar-se dos doces… Diabete descontrolada destrói.
— Detesto doces.
— …
— Dona Dalva, deixe-me dizer do desejo defeso de…
—Deocleto! Disse Dráuzio, dissuadindo-o.
— Dráuzio?
— Deixou-me dois docinhos, Dalvinha?
— Dalvinha!?
— Desposamo-nos, Deocleto. Desposamo-nos.