Editorial : Dia da Saudade

A próxima quarta-feira, 2 de novembro, é tradicionalmente dedicada a homenagear os entes queridos que já morreram, visitar seus túmulos, levar flores e orar por suas almas.

Na piedade popular inspirada em nossa fé católica, o “Dia de Finados” é também o dia da saudade, porque nos faz sentir a ausência de quem foi presença em nossas vidas. Finados é o dia de fazer memória. Ao mesmo tempo que se sente a ausência, revive-se a presença.

Embora a única certeza que temos na vida seja a morte, parece que nunca estamos emocionalmente preparados para lidar com uma despedida. A dor e desesperança são sentidas de maneira insuportável. Falar e ouvir sobre o assunto faz entrarmos em contato com toda saudade que toma a nossa mente e o nosso coração.

A verdade é que dizer o adeus definitivo a uma pessoa amada dói muito. Viver e experienciar a dor e a angústia da saudade nos faz sofrer com o sentimento de impotência sobre a vida que não controlamos e não conseguimos prever, causando extrema tristeza, desconforto e abandono.

Neste contexto, para quem está em luto, o Dia de Finados trata-se de um dia importantíssimo para elaboração dessa despedida e possibilita que a perda de um ente querido passe a ter outros significados em nossa vida, que não o já esperado desamparo.

Uma visita ao túmulo, uma prece ou mesmo alguns momentos de silêncio pensando na pessoa que se foi pode ressignificar dores e fazer com que o fim do túnel ganhe uma luz, possibilitando encontrarmos as belezas deixadas em nossa memória por aqueles que foram embora.

Que neste “Dia de Finados”, a saudade não seja apenas triste, mas seja também, e principalmente, consoladora.