Registro Cultural : Dona Nazaré, inesquecível benfeitora do município…
Nessas manhãs de inverno quando o sol vai timidamente acariciar as plantas, as flores da residência da esquina da rua Monticello com a Monteiro Cesar, frente para os fundos do Palacete Tiradentes, no Largo São José, já não encontra a mesma luz de esperança e caridade que dali emanava… já não mora mais ali Maria Nazareth Caldeira Tavares, estimada e querida pela população, carinhosamente conhecida por dona Nazaré!
Tendo concluido a missão terrena, partiu no início do mesmo mês em que há nove décadas vinha à luz para cumprir belíssima trajetória de amor ao próximo em nossa Pindamonhangaba. Nascida a 27 de julho de 1927, nos deixou no dia 11 de julho de 2019… faltavam apenas 16 dias para que completasse mais um aniversário!
Dona Nazaré foi casada com o comerciante Henrique Afonso Tavares Andrade, que lhe antecedera na partida para o plano espiritual, desencarnando em 11 de dezembro de 2013. Formavam um caridoso casal, pais da Terezinha e Izabel Cristina. A Terezinha é casada com o professor Jarmuth de Oliveira Andrade (de Taubaté). São pais da Lydia, casada com Rodrigo Lorenzo Pourchet, e Priscila, casada com o Bruno Santos, casal que deu o bisneto João Henrique à dona Nazaré.
A filha Izabel Cristina é casada com Carlos Barreto, e lhe deram os netos: Luiz Henrique, casado com Jaqueline Madi, e Matheus, casado com Ana Lescura. Por parte da izabel Cristina, dona Nazaré tinha as bisnetas: Cecília, Luciana e Ana Luiza.
Pessoa extremamente preocupada em auxiliar os necessitados, os menos favorecidos, dona Nazaré, prestou incontestável serviço voluntário ao municipio. Entre as suas principais atividades voluntárias podemos relembrar sua atuação no Lar de Velhos “Irmã Terezinha” e no Lar das Crianças “Irmã Júlia”; as décadas de trabalho no centro espírita “Caridade e Amor”; sua participação entre o grupo de cidadãos idealistas que fundou o SOS – Serviço de Obras Sociais de Pindamonhangaba, entidade na qual atuou por mais de 20 anos; o planejamento e organização do projeto “Arraiolos”, no qual dedicou-se por 16 anos na coordenação. Fez muito mais que isso e a sociedade pindamonhagabense a ela agradece, ainda consternada pela perda.
Concluo o artigo ressaltando que em minhas lembranças dona Nazaré está guardada no espaço carinhoso e ainda puro de minha infância, o centro espírita “Caridade e Amor”, ali na histórica rua Dr. Gustavo de Godoy… De família espírita kardecista por parte de meus avós paternos, recordo aquelas doces manhãs domingueiras quando íamos frequentar o catecismo e nos reuníamos com dona Nazaré para os primeiros passos na evangelização. Eu era um menininho tímido que ficava de olho num filtro de vidro transparente, me encantava o vermelho do refresco de groselha que continha. Dona Nazaré fazia pra nos servir após os ensinamentos…