Vanguarda Literária : DONA OLÍVIA: CEM ANOS DE AMOR E LUZ
Nesse abençoado cinco de março depois mil e vinte e dois,a família, amigos e admiradores da consagrada Mestra limoeirense OLÍVIA LISETE FREITAS E SILVA elevam preces ao Criador , ao ensejo do seu centenário de nascimento.
Dona Olívia, doce e meiga presença no viver do esposo Meton Maia e Silva( uma legenda do jornalismo cearence e o maior cronista da História de Limoeiro do Norte) e dos filhos exemplares José Berckmans, Glória, Maria José e Socorro, dos netos e bisnetos,representa para todos nós a beleza do sentido excelso da existência. A sua profícua existência tem sido pautada com os ensinamentos de um dos mais influentes filósofos alemães do século XX- Martin Heidegger, segundo o qual, a existência humana só pode ser compreendida partir do DASEIN( “ Ser- aí “ em alemão) e, esse ser no mundo significa encontrar- se em relacionamento com o outro, sendo , portanto, abrangente , com tempos, espaços, realizações, lutas, em situação de cuidado autêntico consigo e com o próximo.
Se o filósofo teuto nos ensinou que existir é “ Ser-com – outro” , Dona Olívia foi mais além: compreendeu que o universo do existir tem que estar pleno de estado de solicitude e preocupação, com a doação de carinho e cuidado com aqueles que deles necessitem. A trajetória de vida dessa Mestra dedicada e querida, nos prova, de maneira contundente e cristalina , em todos os momentos, que a estimada Dona Olívia, como verdadeiro apóstolo do Bem nos diz que o viver só faz sentido com o culto constante da solidariedade, cada vez mais rara nos tempos difíceis pelos quais passa o nosso planeta.
Desejo relatar, com muito carinho, um fato concreto que me foi contado, há muitas luas passadas, por uma mãe. Ela sempre morou ali em frente ao Grupo Escolar Padre Joaquim de Menezes de Limoeiro.Certo dia, em situação desesperadora, com uma criança de dois anos nos braços,com convulsão, implorava socorro. As professoras do Grupo vieram correndo para ajudar. A primeira a chegar foi a jovem Professora Olívia. Com palavras confortadoras acalmava a mãe, pegou a criança no seu colo, enquanto outra solicitava a intervenção do Dr. Limaverde que dava aula na Escola Normal. A querida Dona Olívia falava com muita segurança: essa criança vai se salvar! Tenhamos fé na bondade do Pai! A criança em pauta, era esse que escreve essa modesta crônica, e a mãe era minha mãe, Dona Anilda de Castro Moura., hoje no Reino de Amor e Paz do Senhor.
Na minha modesta concepção, ali começou, há sete décadas a minha longa história de amor com essa mulher admirável . Nunca mais nos perdemos de vista. Nossas famílias sempre foram muito amigas. Ela sempre acompanhou os meus passos. Penso que ,se cheguei tão longe, devo também às suas fervorosas preces.
São transcorridos cem anos de luz da louvada Mestra limoeirense! Benditas sejas, Dona Olívia por ensinar a todos nós que a vida com fraternidade vem sempre acompanhada da esperança que costura os tecidos de todos os nossos sonhos! Bendito seja o teu forte exemplo de quem combateu o bom combate ,portando consigo a luz imperecível da FÉ, “ a obra salvífica do Cristo como falou São Paulo! É para ti a doce e grata lágrima de quem está longe dos olhos, mas perto do coração! Para ti, Deus- Pai, que nos protege ,envia a primeira estrela que brilha nesse dia nos céus do nosso idolatrado Ceará!