Editorial : Empreendedorismo feminino
“Mulheres Empreendedoras” é tema de curso de programa de inclusão. E como as mulheres vêm se tornando – ou vêm sendo vistas como – empreendedoras!
O curso em questão faz parte do Pead (Programa Emergencial de Auxílio Desemprego) da secretaria Municipal de Assistência Social de Pindamonhangaba e teve por objetivo levar conhecimento e experiências para uma melhor educação financeira e gerenciamento do negócio próprio destas mulheres.
Embora a pandemia de Covid-19 tenha afastado muitas mulheres de seus negócios ou até mesmo de um emprego formal – como mostra uma pesquisa, recente, do Sebrae – a pandemia reduziu a proporção de mulheres no empreendedorismo: no terceiro trimestre de 2020 havia cerca de 25,6 milhões de donos de negócio no Brasil; sendo aproximadamente 8,6 milhões mulheres (33,6%) e 17 milhões, homens (66,4%), em 2019, a presença feminina correspondia a 34,5% do total de empreendedores; ainda assim, elas sobressaem quando o assunto é nível de escolaridade; uso de tecnologia e organização financeira.
A mesma pesquisa apontou que “as mulheres estão mais tecnológicas do que os homens: 76% delas fazem uso das redes sociais, aplicativos ou internet na venda de seus produtos e serviços, enquanto 67% dos homens utilizam esses canais. Os homens estão mais endividados do que as mulheres: 38% deles têm dívidas/empréstimos, mas estão em dia, contra 34% delas. Já as mulheres são mais cautelosas em relação a contrair dívidas. 35% delas disseram que não têm dívidas, contra 30% dos homens”.
Isso significa que, mesmo com a desigualdade salarial, mesmo com a sobrecarga no desempenho dos papeis e, embora com a pandemia, a necessidade de as mulheres se dedicarem mais às tarefas domésticas tenha sido grande – reflexo do machismo estrutural na sociedade –, as mulheres continuam empreendendo e se organizando de forma mais sólida e com mais planejamento.
E nas ‘Olimpíadas de Tóquio’? Nem precisamos nos alongar no assunto: as mulheres brasileiras conquistaram o melhor resultado da história. Das 21 medalhas do Brasil, 9 foram conquistadas por mulheres ou equipes de mulheres. Esse número representa 41% do total, segundo site da BBC.
Ainda há um caminho longo para se chegar à igualdade salarial, para o fim do machismo estrutural, para o fim do patriarcado e tantas outras atitudes retrógradas e provincianas, mas o avanço está acontecendo. Lentamente, mas está!