Entrevista da Semana
O entrevistado desta semana é Mário Augusto de Souza, diretor da Etec – Escola Técnica Estadual João Gomes de Araujo. Há dez anos na instituição, Mário se vê, desde julho deste ano, à frente da escola que o acolheu em seu primeiro emprego e fala sobre os desafios da educação e da gestão escolar.
(por Aiandra Alves Mariano)
TN: Como é para você, fazer a gestão da Etec, uma escola tão tradicional e com tantos alunos?
A Etec João Gomes de Araújo é uma das mais tradicionais escolas da cidade, fundada em 1931. Hoje atendemos cerca de 1.500 alunos em diversos cursos gratuitos. É um grande desafio!
Atualmente sofremos o impacto de uma massa de novas escolas que oferecem todos os tipos e modalidades de cursos técnicos e profissionalizantes. O maior diferencial é que nosso índice de inclusão no mercado de trabalho é muito bom. Contamos com um número muito pequeno de evasão escolar. Nossos professores são extremamente qualificados. São mestres, doutores e doutorandos. O Centro Paula Souza (CPS), responsável pela gestão das Etecs no Estado, investe muito em práticas inovadoras, empreendedoras e isso me faz acreditar que o ensino na nossa escola sai à frente de muitas.
TN: Os professores são, então, a principal ferramenta de ensino da Etec Pinda?
Sem dúvida! De dez anos pra cá, recebemos um time de professores muito jovens, bem qualificados, iniciando na carreira com muita garra. O que chama a atenção é que eles vêm com muitas ideias e possibilidades, para fazer algo novo. Quando chegam, se encontram com professores que já estão aqui há mais tempo e que têm muita bagagem e muito conhecimento e que também buscam se reciclar a cada dia. E há uma troca constante de experiência e aprendizado. Essa mistura tem gerado os melhores frutos para nossos alunos.
TN: Quais são os projetos futuros da Etec Pinda?
No momento, estamos muito focados no vestibulinho para o próximo semestre, que está em período de inscrições. Mas também há outras frentes de trabalho. Estamos passando por um período de expansão, com novos projetos do CPS com a Secretaria Estadual de Educação, como o Novotec Integrado, um programa que vai atender duas escolas em Pindamonhangaba, levando cursos técnicos para alunos que estudam o Ensino Médio Regular. Neste projeto, os professores da Etec é que irão lecionar as matérias técnicas nestas escolas. Além disso, tem o Via Rápida, programa de qualificação profissional de curta duração, voltado para pessoas desempregadas, cujas aulas também são ministradas pelos nossos professores.
TN: Quantas vagas e quantos cursos técnicos são oferecidos pela Etec Pinda para o primeiro semestre de 2020?
São 440 vagas na nossa unidade, sendo 160 na modalidade Ensino Técnico Integrado ao Médio, em período integral, para os cursos de Administração, Desenvolvimento de Sistemas, Mecânica e Nutrição e Dietética. Quarenta vagas para Ensino Médio com Habilitação Profissional de Técnico em Serviços Jurídicos, no período da tarde, que é uma novidade na modalidade meio período, pois só tinha em regime integral.
Para o período da noite são 200 vagas distribuídas nos Cursos Técnicos de Administração; Cozinha (Gastronomia); Informática para Internet, que é um curso novo; Mecânica; e Serviços Jurídicos.
E temos também o curso semipresencial de Técnico em Administração, com quarenta vagas e aulas aos sábados.
Além disso, 70 vagas na unidade descentralizada Rubens Zamith, em Moreira César, para os cursos técnicos em Administração e Contabilidade; e 35 vagas para Técnico em Administração na unidade descentralizada Alzira Franco, no Alto do Tabaú. Os três cursos no período noturno.
As inscrições podem ser feitas até o dia 12 de novembro, pelo site www.vestibulinhoetec.com.br
TN: Qual é a sua formação?
Minha formação é em Direito. Concluí em 2008 na Unisal. Comecei a advogar e logo prestei concurso para Etec, porque a área da Educação sempre me encantou. Fiz especializações em Direito e mestrado na temática de Educação juntamente com a segunda graduação, que foi Pedagogia, pela Unitau. Minha dissertação de mestrado foi sobre “Direito em Educação e Violência nas Escolas – a Justiça Restaurativa como Estratégia para Contenção e Prevenção de Conflitos”. Aqui na escola já temos algumas ações baseadas neste trabalho que apresentei. Agora estou finalizando uma pós-graduação em Gestão Escolar.
TN: E como você ingressou na Etec?
Estou na Etec há 10 anos, e na direção da unidade desde julho deste ano. Sempre gostei de sala de aula. E em 2008 prestei concurso para professor do curso de Serviços Jurídicos. Depois fui coordenador de curso e coordenador de prédio numa unidade descentralizada.
Em 2018, me inscrevi no processo seletivo para diretor da escola. São várias etapas de qualificação. Prova escrita, desenvolvimento de projetos, entrevistas, análise de currículo. Depois há um processo eleitoral na escola, que aconteceu em maio deste ano, quando os três nomes mais votados formam uma lista tríplice da qual o Centro Paula Souza escolhe o diretor. Fui o mais votado na escola, entre professores, funcionários e alunos e depois da análise do CPS, fui o escolhido e assumi o cargo em julho.
TN: Qual a sua relação com a cidade Pindamonhangaba?
Sou nascido e criado em Pindamonhangaba. Toda a minha família é daqui e tenho uma grande paixão pela Etec porque conheço desde criança e foi meu primeiro emprego formal após a faculdade. Enxergo a escola como instrumento de mudança de uma sociedade. Neste contexto, a Etec é uma grande potência em nossa cidade e nosso papel é saber explorar bem toda essa potencialidade.
O mais legal no meu trabalho é o contato com o aluno, a conversa com essa geração que é cheia de ideias. Essa troca de informação é fundamental para o meu trabalho, que é contribuir para formação profissional desses jovens, mas também de ter um papel, como educador, no surgimento de cidadãos conscientes e comprometidos com a sociedade em que estão inseridos. Essa é a missão da Etec, que eu levo muito a sério.