Editorial : Estudar é sempre um bom investimento
A instabilidade financeira e política pela qual o País está atravessando é real. Mas nem por isso precisamos estagnar ou repetir o tempo todo que “as fábricas estão fechando, o emprego está despencando e a inflação aumentando”. Ou ainda, frisar que “a culpa é do partido tal e que ele deve ser responsabilizado”.
De fato, uma série de fatores levou o Brasil a estar vivenciando este momento de recessão econômica e política. Assim como também é fato que, sempre é preciso investigar os envolvidos e, deixar à Justiça o papel de estipular e fazer cumprir as penalidades.
A nós, cabe sim ficarmos atentos ao que está acontecendo a nossa volta e criarmos oportunidades em meio ao cenário instável. É fácil? Não. Mas também não é impossível.
Criar oportunidades não é apenas encontrar um novo emprego, abrir um negócio próprio, comprar um imóvel mais barato ou trocar o carro por um mais econômico. Todas essas opções são boas e válidas, mas existem outros caminhos quando falamos em superar crises ou pelo menos reduzir o impacto delas em nossas vidas.
Investir em conhecimento, por exemplo, é um grande aliado. Ler bons livros, aprender sobre educação financeira e repassar aos filhos. Fazer cursos de especialização ou mesmo de graduação. Realizar intercâmbios. Enfim, o importante é investir em desenvolvimento pessoal e profissional sempre.
Enquanto o modelo educacional do País ou pelo menos as escolas públicas não oferecem disciplinas como educação financeira, empreendedorismo e filosofia nas primeiras séries, cabe aos pais ou aos familiares mais próximos usarem a criatividade para auxiliarem as crianças no desenvolvimento da consciência econômica, despertando nela o senso crítico e a habilidade de lidar com o dinheiro desde cedo.
“Transferir” para o sistema educacional este papel pode ser um retrocesso. A família (os vários modelos existentes) é a base da formação do cidadão. É dentro dela que se herda, geneticamente ou por meio de exemplos, o hábito de ler, de gastar dinheiro ou de economizar, de respeitar o próximo, de passear, de viajar, de ir ao cinema ou de ficar “esperando cair do céu”.
Por isso, não transfira a responsabilidade da situação econômica do país somente aos políticos ou às escolas. Crises sempre existiram e sempre existirão. Já a capacidade de superar obstáculos pertence a cada um de nós. O papel de fiscalizar e de construir uma sociedade mais justa é nosso.
Bons livros ainda são grandes presentes!