Vanguarda Literária : EU ESTIVE LÁ…
Os neurocientistas, nos últimos anos, vêm empregando enormes esforços nos estudos relativos ao desenvolvimento cerebral e às funções desse importante e nobre órgão do nosso corpo. Muito se tem pesquisado no fenômeno “Registro Automático de Memória (RAM)”, que, em simples palavras, significa: todos os fatos, em especial, os mais marcantes (positivos ou negativos) ficam gravados em nossa mente e podem vir à tona a qualquer hora. O importante é desfrutar das boas lembranças e dar outro significado aos acontecimentos traumáticos e difíceis e prosseguir em frente, visto que esses acontecimentos não têm como ser apagados (nossa mente não é um disco rígido de computador!) e o nosso destino é progredir sempre.
Refletindo ontem sobre a conquista do Campeonato Paulista de Futebol pelo Corinthians, o “Campeão dos Campeões”, frente à valorosa equipe da Ponte Preta de Campinas, passaram-se, nos vídeos – tapes da minha memória, marcantes cenas que presenciei, em 1977, há 40 anos, quando o alvinegro do Parque São Jorge, perante um público de 138 mil espectadores,no dia 8 de outubro de 1977, depois de 23 anos de jejum, ganhou o Campeonato Paulista de Futebol.
Eu era um jovem médico, recém-chegado à nossa “Princesa do Norte Paulista”, aqui trazido pelas mãos benfazejas do ilustre médico e amigo incondicional Dr. José Luis Castro de Mello César.Lembro-me perfeitamente do clima eufórico do dia. Acompanhado de alguns amigos, e, recordo-me bem dos amigos Danilo Cozzi, José Cláudio Terclavers (Caculé) e Arizinho Galvão, fomos, naquele histórico dia, assistir ao memorável embate no Morumbi, na capital paulista. Recordo-me, da entrada no estádio, de helicóptero, do folclórico Presidente Vicente Matheus (aquele que falava: “saiu na chuva é pra se queimar”), da torcedora – símbolo Elisa, os quais foram ovacionados pela multidão, do momento da expulsão do atacante Rui Rei da Ponte Preta pelo juiz Dulcídio Wanderley Boschilla e do inesquecível gol que saiu dos pés do consagrado jogador do Corinthians chamado Basílio, se não me trai a memória.
Quarenta anos são passados! A vida prossegue com o seu repertório de bons e tristes momentos. A Divina Providência a velar por todos nós, apontando caminhos, corrigindo rumos, ofertando generosas porções de esperança. Quem dera, o nosso país, a exemplo do persistente campeão Corinthians, fosse o campeão na luta pela impunidade, na geração de empregos, na moralidade com a coisa pública, no avanço das condições de saúde, educação e habitação do nosso povo sofrido, massacrado pelos vampiros, que têm nome e endereço, que dilapidam a nação brasileira. Que Deus proteja, não só o valoroso “campeão de glórias mil” , mas, o nosso país, que tem que progredir, avançar, e superar a maior crise econômica e moral da nossa História! Temos que ter fé, esperança e reagir, pelo bem dos nossos filhos e netos. O futuro deles corre risco! A luta tem que continuar!