Fevereiro Roxo e Laranja
Como de praxe, todos os meses temos em nosso calendário uma Campanha Nacional para darmos atenção à alguma doença ou problema que acomete a população, e que se for descoberta logo no início o seu prognóstico é melhor.
Neste mês, o foco da campanha é o ‘Fevereiro Roxo e Laranja’, que enfatiza a importância do diagnóstico precoce do Lúpus, da Fibromialgia e Alzheimer (que simbolizam a cor roxa) e da Leucemia (que está representada na cor laranja), que são doenças crônicas e completamente diferentes, mas que – exceto a leucemia – possuem um fator em comum: são incuráveis.
A Doença de Alzheimer, que é um tipo de demência e surge normalmente após os 65 anos, é definida como um transtorno neurodegenerativo, de caráter progressivo que se manifesta pela deterioração cognitiva e da memória, que compromete progressivamente as atividades de vida diária. O primeiro sintoma, e o mais característico, é a perda de memória recente, onde a pessoa portadora da doença lembra de fatos de sua infância, mocidade, mas não se lembra de fatos ocorridos minutos antes ou no dia anterior. Como se trata de uma doença progressiva, com o decorrer do tempo aparecem sintomas mais graves como, a perda de memória remota (dos fatos mais antigos), aumento da irritabilidade, falhas na linguagem, prejuízo na capacidade de se orientar no espaço e no tempo, falência da capacidade básica de vida, como deglutir, beber, entre outros. Ainda não existe uma forma de prevenção específica, só é diagnosticada após o surgimento dos primeiros sinais. Porém recomenda-se, manter a cabeça ativa e uma boa vida social, regada a bons hábitos alimentares, prática de exercício físico e estimulo de leitura, raciocínio de contas. Isto, pode retardar a progressão da doença.
O Lúpus é uma doença inflamatória crônica, de origem autoimune (o próprio corpo produz), que pode afetar múltiplos órgãos e tecidos como: pele, articulações, rins e cérebro. Em casos mais graves, se não tratada adequadamente, pode matar. O Lúpus é um distúrbio crônico que faz com que o organismo produza mais anticorpos que o necessário para manter o organismo em funcionamento, por isso se diz autoimune. Ocorre que esses anticorpos em excesso passam a atacar o organismo, causando inflamações nos tecidos citados acima. Segundo o Ministério da Saúde, o Lúpus Sistêmico (LES) é a forma mais séria da doença e também a mais comum, que afeta aproximadamente 70% dos pacientes com Lúpus. Afeta principalmente mulheres, sendo 9 em 10 pacientes com o risco mais elevado durante a idade fértil. Os sinais mais comuns são: fadiga; febre; dor nas articulações; rigidez muscular e inchaços; rash cutâneo – manchas avermelhadas nas maçãs do rosto e dorso do nariz, denominadas lesões em asa de borboleta. Ainda não existe nenhum exame ou teste específico para diagnosticar o lúpus precocemente, mas isso pode ser feito com segurança a partir de achados em exames de sangue, urina e dos sintomas clínicos relatados ao médico durante exame físico. O tratamento é medicamentoso e indica-se o uso de protetor solar diário, com reforço ao longo do dia.
A Fibromialgia é uma condição que se caracteriza por dor muscular generalizada (acomete também ligamentos e tendões), de caráter crônico, mas que não apresenta evidência de inflamação nos locais de dor. Ela é acompanhada de sintomas típicos, como dor tipo ardência, fisgada ou rigidez, por um sono não reparador e cansaço. Pode haver também distúrbios do humor, como ansiedade e depressão, e muitos pacientes queixam-se de alterações da concentração e de memória. O diagnóstico da Fibromialgia é clínico, feito a partir da história do paciente (dor por mais de três meses em todo o corpo e presença de pontos dolorosos na musculatura, exame físico (toque nos 18 pontos característicos para encontrar ao menos 11) achados em exames laboratoriais, para excluir outras condições que podem causar sintomas semelhantes. Não existe uma causa conhecida para a fibromialgia, mas temos algumas pistas do porquê as pessoas têm esta síndrome. Estudos mais recentes mostram que os pacientes com fibromialgia apresentam uma sensibilidade maior à dor do que pessoas sem fibromialgia. Seria como se o cérebro das pessoas com fibromialgia estivesse com um “termostato” ou um “botão de volume” desregulado. Questões emocionais podem desencadear as dores de quem tem fibromialgia, uma vez que pode diminuir a imunidade do paciente e acender os sintomas. O tratamento O tratamento da fibromialgia é realizado com medicamentos e de outras medidas não medicamentosas, como incentivo à pratica de exercício físico, terapias neuro-comportamentais, pode, também, ser realizada práticas complementares, como acupuntura, por exemplo. Todo individuo acometido pela fibromialgia obrigatoriamente deve praticar alguma modalidade de atividade física, podendo escolher aquela que mais gosta, porém a atividades aeróbicas, como andar, nadar, correr trazem um retorno maior, mas atividades como a hidroginástica, alongamento ou musculação também tem seus benefícios.
O Ministério da Saúde define a Leucemia como uma doença maligna dos glóbulos brancos, geralmente, de origem desconhecida. Este tipo de câncer do sangue surge quando os glóbulos brancos (células de defesa) começam a se reproduzir de maneira descontrolada na medula óssea. A leucemia pode ser classificada como “aguda” ou “crônica” de acordo com a velocidade de crescimento das células doentes e linfoide ou mielóide dependendo do tipo de célula que se modifica. Não é uma doença contagiosa e pode acontecer em qualquer idade, sendo mais comum entre as crianças. Dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam que em 2019 a leucemia teve mais de 10 mil novos casos. Quando há suspeita de leucemia, é feito um hemograma (exame de sangue) em que se avaliam as condições das células sanguíneas. Alterações no número de leucócitos (normalmente para mais) e de hemácias e plaquetas (normalmente para menos) podem ser indicativos de leucemia. A confirmação só é feita a partir do exame da medula óssea (mielograma). O tratamento é realizado em etapas, onde o objetivo é destruir as células modificadas da medula óssea para que ela volte a produzir células normais. O tratamento se dá através da quimioterapia, mas podem ser utilizadas transfusões de sangue como complemento ou através de transplantes de medula óssea.
Vimos nas campanhas deste mês que algumas doenças, apesar de incuráveis, se diagnosticadas logo no início, a sobrevida é de grande chance, até mesmo que seja para diminuir a velocidade de progressão delas. Então, ao primeiro sinal ou sintoma de que algo está errado, procure seu médico.