Vanguarda Literária : Filosofia do Olhar
O genial Filósofo alemão NIETZSCHE (1844-1900) afirmava que o mundo já não é hospitaleiro. “O outro é meu inimigo”. Ante esse quadro tão aterrador, surge uma pergunta: o que fazer? Certamente a indiferença não nos dá resposta para tamanho desafio. Tudo indica que o mais prudente seja tomar uma atitude, empreender um esforço no sentido contrário, ou seja: se o mundo quer conflitos, que eu cultive a paz, e, para isso, torna-se imperioso conviver com o OUTRO, com o diferente, dentro de uma relação de respeito. Admitir, a princípio, que, nos tempos atuais a pluralidade representa uma marca desses tempos, assim, temos que educar o nosso olhar para ver as coisas na sua concretude, como elas realmente são. Como desejamos que elas sejam já é outro departamento .
E, o que seria a FILOSOFIA DO OLHAR? Seria uma tentativa de olharmos a essência e não os atributos. Ela reside em pensarmos que o olhar que eu dirijo para o OUTRO é o mesmo que seria para nós mesmos, na nossa ânsia de sobrevivência e, sobretudo, na construção do nosso significado de vida. Investir mais nas nossas relações sociais as quais nos tornam mais humanos, verdadeiros construtores da nossa história. Na medida em que nós, pela educação do olhar, tenhamos o objetivo da felicidade coletiva, seguramente, estaremos contribuindo para diminuir a escuridão do mundo em que vivemos, representada pela violência, pela fome e pelos preconceitos sejam quais forem as suas origens. Esse olhar filosófico me diz que a ÉTICA que praticamos tem por dever olhar com cuidado para o OUTRO, longe das amarras da ganância e da competitividade selvagem que arrasam os seres humanos. Essa filosofia clama por uma visão nossa do real tamanho das coisas, entender designar, com clareza, a dimensão dos problemas que surgem no nosso horizonte existencial.
Dessa maneira, da nossa autopercepção do significado do AQUI E AGORA esse olhar filosófico nos conduz a uma abertura para novas consciências, para que as resoluções tomadas reflitam positivamente no nosso futuro. Que essa nova maneira de ver o ser nos auxilie a reaprender a nos ver e a ver o mundo sem estar, como afirmou o grande poeta lusitano Fernando Pessoa: “Com a alma vestida” . Cabe- nos pensar o HOMEM com uma visão dialógica, sem impor formas ou princípios dogmáticos.
O filósofo existencialista alemão Martin Heidegger pontuou: “Estamos no mundo, e apenas no mundo podemos nos conhecer!”. Caminhar em direção ao outro, olhando-o por um prisma de compreensão e de harmonia, com certeza, estaremos contribuindo efetivamente para um mundo melhor, mais fraterno, resgatando -o do caos onde se encontra atualmente.