Editorial : Fora dos padrões Brasil continua impossível de crescer com juro no crédito livre subindo para 53,4%; e cheque especial para 324,9%
Na semana passada, o Banco Central reduziu a taxa Selic de 14,25% para 14% e deu um ‘alívio’ no mercado financeiro. O que todos esperavam, naturalmente, era que a Selic pudesse puxar várias outras taxas, contudo, para infelicidade de todos, não é bem isso que está acontecendo.
Ah, os bancos, sempre eles. Verdadeiros sanguessugas da economia popular. Ontem a taxa média de juros no crédito livre subiu de 52,9% ao ano em agosto para 53,4% ao ano em setembro, segundo o Banco Central. Em setembro de 2015, essa taxa estava em 46,2% ao ano. Para pessoa física, a taxa média de juros no crédito livre passou de 71,8% para 73,3% ao ano, de agosto para setembro, enquanto para pessoa jurídica, foi de 30,6% para 29,8% ao ano no mesmo período.
Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa avançou de 321,1% ao ano para 324,9% aa na mesma comparação. Com isso, o patamar de juros cobrados nesse tipo de empréstimo continua como o maior da série iniciada em julho de 1994. Para o crédito pessoal, passou de 53,3% para 53,8% ao ano.
Para veículos, os juros passaram de 26,2% ao ano para 26,1% ao ano, de agosto para setembro. Em agosto de 2015, a taxa estava em 25,6%. Em 12 meses, a taxa apresenta alta de 0,5 ponto porcentual e, no ano, elevação de 0,1 ponto porcentual.
A taxa média de juros no crédito total, que inclui também as operações direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), subiu de 32,9% ao ano em agosto para 33,0% ao ano em setembro. Em setembro de 2015, estava em 29,3%.
Com tudo isso, como podemos esperar melhoria econômica, fim da recessão e rompimento com a tremenda estagnação? Isso é uma pergunta que o próprio Banco Central não sabe responder, muito menos o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
Aos consumidores, entendam, embora o país precise de dinheiro circulando para sair do enorme buraco o qual se enfiou, deste jeito fica inviável.
Não adianta o presidente ou o ministro aparecer e pedir a colaboração de todos para a retomada do crescimento do país, se as taxas de juros continuam cada vez mais elevadas.
Paciência…