Vanguarda Literária : GILBERTO GIL E A ACADEMIA
O mundo artístico e cultural brasileiro ficou em estado de rara alegria e felicidade, quando em 8/4/2022, tomou posse na Academia Brasileira de Letras (A.B.L.), na Cadeira de número 20, sucedendo o saudoso escritor Murilo Melo Filho, o baiano GILBERTO GIL. Ele é o primeiro representante da música popular brasileira no principal Ateneu Literário do nosso país. Afrodescendente como o foi Machado de Assis, o primeiro Presidente da A.B.L., o culto e carismático GILBERTO GIL nasceu na querida e inesquecível Salvador, filho de pai médico e mãe professora, sendo pai de oito filhos (3 casamentos). Dedicou-se com paixão à música. Na sua vida artística transitou por diversos gêneros musicais da música popular brasileira ao rock, da música africana ao reggae. Tem uma extensa produção de álbuns de música desde 1967. Suas música famosas estão espalhadas pelo Brasil e o exterior, como: “Não chores mais” (1979 “Andar com Fé” (1982),” Se eu quiser falar com Deus” (1981) e “ Esperando na janela” (2000), entre outras. Na sua vida pública foi Vereador em Salvador (1989-1992), e em, 2003 assumiu o Ministério da Cultura realizando um trabalho elogiável ao longo dos cinco anos e meio em que lá esteve.
E, o que dizer das honrarias que recebeu com muito mérito? Entre elas destacam-se: Ordem do Rio Branco (2005), Ordem Nacional do Mérito concedido pelo Governo Francês (1997), Artista pela Paz, concedido pela UNESCO ( 1999), Doutor Honoris Causa pela Universidade de Aveiro (Portugal- 2006).
Escreveu livros em parceria, como: “O Poeta e o Político e Outros Escritos” (1968) com Antonio Ricério; “Gilberto bem de perto” (2013) com Regina Zappa; “ Cultura pela Palavra” (2013), com Juca Ferreira
Aqui, perguntamos: o que representa GILBERTO GIL na Academia Brasileira de Letras? Com muita lucidez nos responde o escritor Marcos Luchese , então Presidente da A.B.L.: “Gil pensa o Brasil.; o homem poliédrico com muitos traços de união: a política e a poética, século XX e XXI, a Tropicália e o Modernismo”. Não nos esqueçamos que o Grande Mestre, o sociólogo, escritor, historiador Darcy Ribeiro (1922-1997) afirmava: “ O pássaro da Cultura tem duas asas: uma delas , a erudita, e a outra, a popular. Para voar mais longe, precisa das duas”. Que o Altíssimo conceda a esse representante da Terra- Máter : Bahia de Todos os Santos, muita luz para que ele desenvolva um bom trabalho em prol da Cultura Nacional, em consonância com o que afirmou no seu discurso de posse: “A Academia tem responsabilidade no fortalecimento intelectual do País, de forma que se imponha à maré do obscurantismo, da ignorância e demagogia de feição antidemocrática”.