Greve dos bancários continua e já dura 24 dias

A greve dos bancários, que entrou nesta quinta-feira, 28, em seu 24º dia, já é a segunda mais longa desde 2004, quando a paralisação chegou a 30 dias. Em 2013, a greve também durou 24 dias.
Na terça-feira (27), após reunião com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), o Comando Nacional dos Bancários disse que os representantes dos bancos sinalizaram com um novo modelo de acordo, que passará a ter validade de dois anos, em vez de um, como ocorreu nos últimos anos, informou a Agência Brasil.
A greve dos bancários completa três semanas com saldo de 371 agências fechadas nas regiões do Vale do Paraíba e bragantina. Os bancários reivindicam reajuste salarial, Participação nos Lucros e Resultados (PLR), além de reajuste de benefícios como o vale-alimentação.

A região de São José dos Campos abrange o maior número de funcionários e nela 180 das 184 agências permanecem fechadas. Na regional de Taubaté todas as 86 agências permanecem fechadas.
“O acordo de dois anos pode ser uma boa alternativa, desde que traga ganho para os bancários”, afirmou Juvandia Moreira, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários Em nota, a Fenaban disse que a negociação continuaria nessa quarta-feira, 28. Segundo os bancários, uma reunião estava marcada para as 15h.

Os trabalhadores reivindicam reajuste de 14,78%, sendo 5% de aumento real, considerando inflação de 9,31%; participação nos lucros e resultados (PLR) de três salários acrescidos de R$ 8 317,90; piso no valor do salário mínimo do Dieese (R$ 3.940,24), e vales alimentação, refeição, e auxílio-creche no valor do salário mínimo nacional (R$ 880). Também é pedido décimo quarto salário, fim das metas abusivas e do assédio moral.

Atualmente, os bancários recebem um piso de R$ 1.976,10 (R$ 2 669,45 no caso dos funcionários que trabalham no caixa ou tesouraria). A regra básica da participação nos lucros e resultados é 90% do salário acrescido de R$ 2.021,79 e parcela adicional de 2,2% do lucro líquido dividido linearmente entre os trabalhadores, podendo chegar a até R$ 4.043,58. O auxílio-refeição é de R$ 29,64 por dia.
A proposta dos bancos, apresentada no último dia 9, foi de um reajuste de 7% para os salários e benefícios, somado a um abono de R$ 3.300 a ser pago em até dez dias após a assinatura do acordo. O reajuste seria aplicado também no PLR.

“A proposta apresentada traduz o esforço dos bancos por uma negociação rápida e equilibrada, capaz de atender às demandas por correção salarial e outros itens da Convenção Coletiva, com um modelo ajustado à atual conjuntura econômica”, disse em nota, na noite de terça, a Fenaban.

Imagens: RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
  • No Vale do Paraíba e região bragantina, 371 agências permanecem fechadas