Hábitos saudáveis podem reduzir incidência de câncer de mama em 13%

De acordo com dados divulgados pela Conprev (Coordenação de Prevenção e Vigilância) do Inca – Instituto Nacional de Câncer – apresentados durante webinar de abertura do “Outubro Rosa” deste ano, aproximadamente 13% dos casos de câncer de mama no Brasil, em 2020, poderiam ser evitados pela redução de fatores de risco relacionados ao estilo de vida, em especial, da inatividade física. Esse percentual significa cerca de oito mil ocorrências.
Transmitido pela TV Inca, o seminário virtual destacou a pesquisa “Número de Casos e de Gastos com Câncer de Mama no Brasil” atribuíveis à alimentação inadequada, ao excesso de peso e à inatividade física. A pesquisa ressaltou ainda que quase 13% dos gastos federais do SUS, em 2018, com o tratamento de câncer de mama, cerca de R$102 milhões, seriam poupados pela redução de fatores de risco comportamentais, mais uma vez com atenção especial à atividade física, que detém a maior fração (5%) dos casos de câncer de mama evitáveis pela adoção da prática.
O levantamento faz parte de um estudo mais amplo que estimou o impacto da má alimentação, do consumo de álcool, do excesso de peso, da inatividade física e do não aleitamento materno, em 2008, nos casos de câncer de 2020, e nos gastos do SUS, em 2018.
Entre os desafios para uma mudança de cenário está o fato de 28% das mulheres espalhadas por 20 países não perceberem a ausência de atividade física como um fator de risco para o câncer, segundo pesquisa de 2020 da União Internacional para o Controle do Câncer.
“É importante refletir que, à medida que a gente investe em ações de promoção de modos de vida mais saudáveis, o recurso que é gasto [no tratamento] poderia ser investido em ações de prevenção primária, ou até mesmo reinvestido em ações de diagnóstico e tratamento do câncer”, defendeu uma das autoras da pesquisa, a nutricionista Maria Eduarda Melo, da Conprev.
Embora a pesquisa aponte números negativos, alguns avanços foram demonstrados: o número de mulheres, entre 50 e 69 anos, que nunca fizeram mamografia no País, caiu de 31,5%, em 2013,
para 24,9%; em 2019, segundo o ‘Rastreamento de Câncer de Mama no Brasil: resultados da nova Pesquisa Nacional de Saúde’.
Outubro chegou com o alerta da campanha de prevenção e de conscientização para o diagnóstico precoce do câncer de mama: o “Outubro Rosa” não é só mais um mês com uma cor para se falar ou usar, é uma luta diária, intensificada neste mês.
Confira mais informações sobre a pesquisa em: https://www.inca.gov.br/

  • Créditos da imagem: Divulgação