HC inicia estudo para aplicação da vacina do Butantan em pacientes imunossuprimidos
Apesar de sua principal função ser a imunização de toda a população brasileira, a vacina contra a Covid-19 também auxilia em estudos e projetos clínicos. Nesse sentido, o Hospital das Clínicas iniciou um estudo da aplicação da CoronaVac em pacientes imunossuprimidos. Quando relacionada à Covid-19, a imunossupressão faz com que os pacientes tenham maiores chances de desenvolver um caso mais grave, já que o organismo terá mais complicações no combate ao vírus.
“Este estudo vem de uma linha de pesquisa em que a gente avalia pacientes com doenças reumatológicas, que têm uma resposta diminuída à infecção. A defesa está comprometida, então a gente já avaliou para a vacina H1N1, para febre amarela e, agora, com a Covid, estamos com o interesse ainda maior, considerando que os pacientes imunossuprimidos não foram considerados pacientes prioritários na vacinação”, explica Eloísa Bonfá, diretora clínica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
Eloísa comenta que esse tipo de paciente tem a chance muito aumentada de morte por infecção, logo, deveria ser um grupo considerado como prioridade na hora de tomar a vacina. Com o grupo já recebendo a primeira dose da vacina, o próximo passo vai ser tomar a segunda dose em março e depois ter um acompanhamento para ver qual será a resposta após a vacinação. O objetivo, de acordo com a diretora, é descobrir se esses indivíduos conseguem produzir defesa de forma similar ou de forma reduzida quando comparado à população de controle, que não tem essas doenças.
O estudo conta com 1.525 pacientes imunossuprimidos, com 542 pessoas no grupo de controle. Entre os imunossuprimidos, a maioria dos paciente tem doenças reumatológicas, além de pacientes que convivem com a Aids.