História : “História de Pindamonhangaba – Resenha para Iniciantes”
A página de história de hoje tem seu espaço dedicado a apresentar aos leitores mais uma obra dedicada a enriquecer o acervo literário referente à história de Pindamonhangaba. Cidade que possui extraordinária riqueza de fatos e feitos históricos, cujo alcance ultrapassam fronteiras, percorrem a Pátria e além, revelando ser essa “cidade princesa”, mãe de filhos célebres e também de bons autores.
O último dia 8 de setembro, Dia de Nossa Senhora do Bom Sucesso, considerada a santa padroeira do município de Pindamonhangaba, foi escolhido pelo escritor José Lelis Nogueira para marcar o lançamento virtual junto à APL do livro “História de Pindamonhangaba – Resenha para Iniciantes”.
“Com essa publicação eu espero estar movimentando as atividades culturais e artísticas dessa Academia de Letras, a intenção é que seja uma forma de manter viva minha participação como acadêmico deste conceituado sodalício”, disse o autor.
José Lelis ocupa a cadeira nº 7 do quadro de membros efetivos da APL – Academia Pindamonhangabense de Letras, cadeira esta que está sob o patronato do Dr. Emílio Marcondes Ribas, ilustre médico sanitarista pindamonhangabense, considerado o “Patrono da Saúde do Estado de São Paulo”.
Médico literato José Lelis Nogueira, autor membro da APL – Academia Pindamonhangabense de Letras, de saída para o Sul do país, assinala sua partida com a publicação de uma importante obra literária referente à origem de sua terra natal
A OBRA
Como bem define o título, é interessante resumo que traz à luz os primórdios deste município. A obra é dedicada (in memorian) aos professores e historiadores, Waldomiro Benedito de Abreu (1914-1999) e Jurandyr Ferraz de Campos (1936-2019).
São 83 páginas de texto objetivo e esclarecedor distribuído em 16 partes: Palavras Iniciais / Situando-nos no tempo / A Questão da Fundação de Pindamonhangaba / Os Habitantes Primitivos – O nome Pindamonhangaba / Os Bandeirantes / De Paragem à Freguesia / Padre João de Faria Fialho e a Igreja Primitiva / De Freguesia à Vila / A Igreja Matriz e a Igreja de São José / Considerações Relevantes / Escorso Biográfico do Padre João de Faria Fialho / Documentos Históricos / Pindamonhangaba e Ouro Preto – Cidades Irmãs / Comentários Finais / Cronologia / Sobre Waldomiro Benedito de Abreu.
A impressão é da Primeira Leitura – gráfica digital da Editora do Conhecimento. Revisão e comentários da escritora acadêmica Elisabete Guimarães, com diagramação e capa de Adriano Ap. Vilela.
O livro pode ser adquirido na loja de produção visual Evolução Digital (rua Dr. Gustavo Adolfo Ramos Melo, 26 – próxima ao Largo São Benedito – telefone 3642-5437 – atualmente atendendo depois das 12 horas).
O AUTOR
Literato. Curiosamente, sua criação literária floresceu quando, eleito vereador, ele assumiu cadeira na Câmara Municipal de Pindamonhangaba (1993-1996). Influenciado, talvez, pelo historiador Waldomiro Benedito de Abreu, de quem sempre seguiu a linha histórica do fato documentado, consolidou-se de vez o seu interesse pela história de Pinda. Em especial pelas origens desse “lugar onde se fazem anzóis”.
Foi o próprio professor Waldomiro de Abreu, autor de Pindamonhangaba – Tempo e Face (1977, livro destinado a professores, pesquisadores, estudiosos e demais leitores interessados em conhecimentos sobre as origens da cidade, que inspirou o desabrochar do Lelis escritor, do médico literato.
Mestre que sempre repartia conhecimentos, Waldomiro de Abreu sugeriu ao então vereador Lelis que assumisse a incumbência de publicar uma opção resumida de Pindamonhangaba – Tempo e Face. Seria uma forma de tornar acessível o rico conteúdo da obra de Waldomiro também aos estudantes do aprendizado básico. Assim surgia, em 1995, a publicação de Lelis denominada: “Os Alicerces de Pindamonhangaba”.
Segundo o autor, o livro “História de Pindamonhangaba – Resenha para Iniciantes”, pode ser definido, levando em conta seu teor, como uma reapresentação ampliada de “Os Alicerces de Pindamonhangaba”. A obra é acrescida, portanto, enriquecida, com o texto original e inédito do professor Waldomiro, intitulado “Escorso Biográfico do Padre João de Faria Fialho”.
Entre as obras anteriores de José Lelis destacam-se: “Os Alicerces de Pindamonhangaba”; “O Caminho de São Francisco”; Emílio Ribas – O Guerreiro da Saúde” e “Os quatro corpos”.
Político. No exercício de seu atuante trabalho no Legislativo, contribuiu com ações objetivas para enriquecer culturalmente o município. Desse período é oportuno destacar especialmente dois decretos de sua autoria. Um deles concedendo o título de “Cidade Irmã” de Pindamonhangaba à histórica cidade mineira Ouro Preto. Estreitando os laços históricos e culturais das duas cidades, cujas origens envolvem a participação do padre-bandeirante João de Faria Fialho. O outro diz r speito à denominação de Praça Padre João de Faria Fialho ao histórico logradouro público popularmente conhecido como Largo do Quartel. Local que, entre as várias outras denominações, também se chamou Praça da República..
Médico. Formado pela Escola Paulista de Medicina, especializou-se em Medicina Tropical no Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo, iniciando sua profícua trajetória na medicina como médico-pesquisador no Instituto de Pesquisas Johnson & Johnson de Doenças Endêmicas. Também foi professor titular da cadeira de Microbiologia e Imunologia da Universidade de Taubaté, só deixando o magistério quando resolveu se dedicar à prática da Homeopatia (segundo a OMS-Organização Mundial da Saúde: “medicina alternativa e complementar, para quase todos os tipos de doenças físicas e psicológicas”).
Para prosseguir sua nobre missão na medicina exercendo a especialidade homeopatia, concluiu cursos de pós-graduação pelo Instituto Hahnemanniano do Brasil (denominação originada pelo fato da homeopatia ter sido criada pelo médico Samuel Hahnemann) e pela Associação Paulista de Homeopatia.
Dr. Lelis, que se tornou um solicitado médico homeopata (clinica até os dias atuais), também ficou conhecido pelos 25 anos de atuação como gerente de saúde ocupacional na indústria Alcan de Pindamonhangaba, atualmente denominada Novelis.
SOBRE A OBRA
A intenção do autor é que, mediante a clareza dos argumentos em seu livro contidos, acentue a revelação documentada pelas pesquisas de Waldomiro de Abreu comprovando que Pindamonhangaba não foi fundada. Assunto que ainda é motivo de dúvidas no conceito de alguns respeitados autores locais. Inclusive já foi tema de clássicos debates nas páginas centenárias deste jornal Tribuna do Norte entre os notáveis doutores: Waldomiro Benedito de Abreu e José Augusto César Salgado (O Promotor das Américas).
É justo destaquemos aqui, os estudos de Waldomiro comprovando a inexistência de fundadores de Pindamonhangaba (não há provas documentais do contrário), possibilitaram a João Bosco Nogueira, prefeito na época, sancionar (9/3/1973), a lei (que era de sua própria autoria quando vereador), tornando o dia 10 Julho a data magna do município, o aniversário da cidade.
Não havendo fundadores, o aniversário de Pinda não poderia continuar sendo comemorado segundo uma data de fundação não documentada (12 de agosto de 1672), então optou-se pelo 10 de julho, dia no qual no ano de 1705, diplomaticamente, se deu a sua emancipação política e administrativa.