Editorial : Idosos podem continuar sendo vítimas de maus tratos
Na próxima semana, Pindamonhangaba vai realizar a Campanha Municipal de Enfrentamento Contra a Violência à Pessoa Idosa. O tema é de extrema relevância para toda a sociedade, não apenas aos idosos, mas também a seus filhos, netos e demais pessoas que, muitas vezes se esquecem, que um dia também serão idosas. Além disso, é princípio de vida agir com respeito a todos, sobretudo aos idosos.
Vale ainda ressaltar que vivemos uma mudança sem precedentes na composição etária da população brasileira. A sociedade está envelhecendo em rítmo acelerado e no Estado de São Paulo já são mais de 5,4 milhões de pessoas com mais de 60 anos. Diante dessa realidade, é preciso encarar a promoção da cidadania do idoso como um fator de desenvolvimento social, um desafio que precisa ser pactuado entre as famílias, a sociedade e o Estado.
“O Serviço Nacional de Denúncia – o Disque 100 – registrou em 2015 mais de 6,8 mil denúncias de violência contra o idoso em São Paulo, quase 19 casos por dia”, afirma Floriano Pesaro, secretário estadual de Desenvolvimento Social.
As formas mais recorrentes registradas foram: a negligência (5.263), a violência psicológica (3.492), a violência patrimonial e abuso financeiro. (2.280) e a violência física (1.937). O número de violências é maior que o de denúncias recebidas porque, em muitos casos, a vítima sofre mais de uma violação.
“Para além das estatísticas, chamo a atenção também para as formas mais ‘sutis’ que acontecem no dia-a-dia como as que retiram o poder de decisão, escolha, manifestação ou autonomia. Formas de abuso que muitas vezes não são reconhecidas como violência pela sociedade”, completa o secretário.
Até quando os idosos e toda a sociedade vão sofrer com a questão, ninguém sabe. O que pode mudar é a percepção das pessoas sobre a vida dos idosos, o reconhecimento pela enorme contribuição social realizada por eles e, acima de tudo, o respeito e a dignidade que o ser humano merece.