História : Ilusões que morrem…

Eis-me tristonho, em pleno campo santo:
– De em torno, a brisa soluçar parece…
Farfalham frondes como em triste canto
em murmúrios de mágoas ou de prece…

E vêm-me aos olhos, como por encanto;
lágrimas tristes – é que não se esquece
meu coração, de alguém que amava tanto,
por quem sofre saudades e padece.

Lanço de em torno, ansioso, o meu olhar:
– Sobre uma cruz uma coruja pia…
Há lírios que vicejam – ao luar,
puros como os sorrisos de Maria.

Palmilho o cemitério dos meus sonhos,
entre pavores e alucinações…
E seguem-me os cadáveres tristonhos
das minhas próprias mortas ilusões!…

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