Editorial : Informação é o primeiro passo
O “Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo” – 18 de fevereiro – visa à chamar a atenção das pessoas para esta doença – segundo a Organização Mundial da Saúde – e, principalmente, para os mitos que persistem sobre a dependência de álcool que; além de contribuírem para a manutenção dos estigmas sociais, prejudicam a busca por ajuda.
Infelizmente, o consumo de bebidas alcoólicas cresceu bastante durante a pandemia; e os malefícios à saúde relacionados ao abuso de álcool também.
De acordo com um estudo feito pela Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), 35% dos entrevistados com idades entre 30 e 39 anos relataram ter ampliado o número de ocasiões em que consumiram mais de cinco doses de álcool, recentemente.
Ciente dessa realidade, o Cisa (Centro de Informações sobre Saúde e Álcool) – referência nacional nesta temática, alerta a população para o reconhecimento de casos em familiares ou amigos, e alerta também para as fake news (notícias falsas) como, por exemplo: “alcoolismo não é doença”.
A dependência de álcool é uma doença crônica, isto é, de longa duração – e multifatorial; já que diversos fatores contribuem para o seu desenvolvimento; incluindo a quantidade e a frequência de uso do álcool; a condição de saúde do indivíduo; fatores genéticos, psicossociais e ambientais. A parte boa é que existe tratamento.
Outros mitos como “posso parar de beber quando eu quiser” ou ainda “só não larga o vício quem não tem força de vontade” são pensamentos equivocados e acabam por prejudicar a busca por tratamento adequado.
No Brasil, há opções de apoio e tratamentos gratuitos como os Caps-AD (Centros de Atenção Psicossocial – Álcool e Drogas) e a irmandade A. A. (Alcoólicos Anônimos); entre outros.
Informação é sempre um grande passo. Empatia, acolhimento e políticas públicas sólidas também são atitudes necessárias nessa luta!