Editorial : Irresponsáveis e criminosos
Todo mundo sabe que é uma tremenda irresponsabilidade e que é crime soltar balões não tripulados. Mas ainda assim, alguns insistem em querer ‘tacar fogo’ no objeto e soltá-lo ao ar.
A soltura de balões é crime ambiental conforme aponta o artigo 42 da Lei de Crimes Ambientais no qual fica claro que “fabricar, vender, transportar ou soltar balões que possam provocar incêndios nas florestas e demais formas de vegetação, em áreas urbanas ou qualquer tipo de assentamento humano”. A pena prevista é a detenção de um a três anos, multa ou ambas cumulativamente.
Como estamos em época de festas juninas e chegando as julinas, os balões se multiplicam no céu. Mas o ‘espetáculo’ de cores no azul anil, sempre se torna num caos de chamas – que destrói florestas, áreas de preservação ambiental, áreas de cultivo de alimentos, galpões, residências, empresas, carros, problemas com a viação elétrica e pode até matar animais e pessoas.
Para alertar a população sobre os perigos dos balões não tripulados, a Secretaria de Aviação Civil lançou a campanha “Balão é coisa séria”, nos portais institucionais e redes sociais Facebook, Twitter e Youtube.
Segundo o secretário de Navegação Aérea Civil, Rafael Botelho, os estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná são os locais que possuem maior quantidade de ocorrências desses balões no País.
“Nosso trabalho é conscientizar a população dos riscos que essa prática oferece à segurança do espaço aéreo brasileiro, ou seja, aos passageiros. Temos de lembrar que aqueles que põem em risco aeronaves e atrapalham a navegação aérea estão sujeitos às penas previstas pelo Código Penal Brasileiro”, pontuou.
Pior do que afetar o espaço aéreo, é quando o balão cai. Daí acontece, normalmente, uma tragédia. Nesse sentido, o Governo Federal está ‘pisando na bola’, pois está atuando em apenas um lado do problema. A política antibalões tem que ser mais ampla, e não buscar conscientizar e punir apenas os que afetam o tráfego aéreo, mas todos os tipos de balões e em todos os lugares. E não somente quem ‘solta’ o balão, mas também quem fabrica, vende e financia este ato.