Nossa Terra Nossa Gente : LAR DA CRIANÇA “IRMÃ JÚLIA”: CASA DE ACOLHIMENTO, ABRIGO DE AMOR

O início dos trabalhos do Lar da Criança “Irmã Júlia” ocorreu em 28 de abril de 1959. Mas o sonho de construir essa casa de acolhimento de crianças e adolescentes é de muito antes, cultivado na alma de Maria Benedicta Cabral San Martin, sua idealizadora, e partilhado com o esposo Agostinho San Martin Filho (Tininho) e as filhas Dirce, Helena, Elza, Ignez e Júlia.

À época, Pindamonhangaba possuía três casas de amparo a menores: o Lar São Judas Tadeu e o Aprendizado Agrícola, para meninos; e a Casa Pia São Vicente de Paula, destinada a meninas.

Antes da construção do Lar, Benedicta procurou conhecer instituições congêneres do interior paulista e da capital e, só depois, iniciou a busca pelo terreno e pela cooperação financeira de parentes e amigos que se dispuseram a ajudá-la. Em tempo recorde, Benedicta e Tininho finalizaram a obra, que passou a atender crianças de ambos os sexos, na Rua São João Bosco, 744.

A exemplo dos patriarcas, outros membros da família Cabral San Martin dedicaram-se ao trabalho voluntário em prol do Lar da Criança “Irmã Júlia”, ocupando cargos na Diretoria da entidade espírita, promovendo a caridade fraterna e o bem social. Entre eles, de modo especial, recordamos Ignez San Martin de Abreu, que se dedicou, por mais de 50 anos, aos trabalhos no Lar, tendo sido agraciada com o título de Presidente Honorária da instituição.Clóvis, Demétrio e, atualmente, Kátia também aceitaram o desafio de presidir o Lar e, cada um a seu tempo, mantiveram aceso e luminescente o sonho de seus avós.

A rede de apoio a esse valoroso projeto social conta ainda com associados que contribuem financeiramente ou com a disponibilidade de seu trabalho, além de empresas e pessoas físicas que destinam uma dedução do seu imposto de renda à entidade.

Em 1990, com o advento do Estatuto da Criança e do Adolescente, o Lar passa a fazer parte do Serviço de Proteção Social Especial de Alta Complexidade,por meio de Chamamento Público pela Prefeitura Municipal de Pindamonhangaba. Desde então, executa um acolhimento provisório e excepcionalde crianças e adolescentes em risco pessoal e social, cujas famílias se encontram temporariamente impossibilitadas de cumprir sua função de cuidado e proteção.

É imprescindível destacar que Benedicta, ao idealizar essa casa de acolhimento, homenageou a própria mãe – Júlia de Alvarenga Cabral -, com quem experenciou a caridade, pois, sendo a mãe profunda conhecedora de ervas medicinais, levava a filha de casa em casa, socorrendo doentes e moribundos, amparando-os na dor física e espiritual, praticando essa virtude teologal que conduz ao amor a Deus e ao nosso semelhante.

Desde os seus primórdios, o Lar foi edificado sobre essa rocha inabalável da caridade. Nestes 63 anos de existência, abrigou centenas de crianças e adolescentes pindamonhangabenses que careciam de alimento, roupa, estudo, tratamento médico e dentário, respeito e amor.

Na maletinha de ervas da Dona Júlia Cabral, como que por milagre, sempre houve e sempre haverá aquilo de que seus assistidos precisam! E até hoje tem sido assim! Sua filha Benedicta, suas netas e seus bisnetos têm prosseguido o seu trabalho em prol de crianças e adolescentes em vulnerabilidade, até que eles possam ser reintegrados às suas famílias, ou, em última instância, por decisão judicial, levados à adoção.

“O Lar não tem singular, é um trabalho no plural”, afirma Kátia San Martin. Entretanto, essa ação plural do Lar da Criança “Irmã Júlia” reverbera no singular: acolhe, abriga, alimenta, ensina, protege e, sobretudo, reescreve histórias de vida com a tinta divina doAMOR.

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