Nossa Terra Nossa Gente : Mães à obra!
A linguagem do coração, a linguagem do amor, está relacionada ao princípio feminino da criação, e os que falam essa língua(homens e mulheres)estão profundamente preocupados com os outros e querem apoiar, ajudar e elevar a todos. Doam esperança e luz a este mundo, e quem deles se aproxima renasce. Esse é o sentimento queme enlaça aoouvir o depoimento das voluntárias do Mães à Obra, um projeto social do Colégio Mestre, instituído em Pindamonhangaba, em 2005, pelas mãos da educadora Vânya Dulce D’Arace Maciel.
Essa confraria de mulheres (inicialmente, mães e avós dos alunos do Colégio Mestre e, hoje, 32 integrantes) reúne-sena primeira quarta-feira de cada mês, das 14 às 17 horas, em algum cantinho de acolhida (Colégio Mestre, Biblioteca Rômulo Campos D’Arace ou na casa de uma delas) para a partilha da vida em torno de uma deliciosa mesa de café, a entrega dos trabalhos realizados e a retirada de material para as próximas tarefas. O que elas fazem? Quadradinhos coloridos de crochê e tricô, que se transformam em belíssimas colchas de lã a serem doadas a lares de crianças, asilos e obras assistenciais de Pindamonhangaba, Lagoinha e Tremembé.
As confreiras do Mães à Obra também fazem ‘enxovaizinhos’ para o projeto ‘Bebê-Natal’, doados às crianças nascidas no dia 25 de dezembrona maternidade da Santa Casa de Misericórdia de Pindamonhangaba e a outras mães que estiverem ali à espera da chegadade seus bebês; tricotam meias, toucas e cachecóis destinados às crianças internadas em hospitaispara tratamento de câncer; e, em parceria com o projeto ‘Alegria em Retalhos’ (Santos – SP), confeccionamvestidos e tiaras a serem enviados às meninas de Moçambique.
A cada mês, o trabalho realizado por essas mãos maravilhosas agasalha de amor pessoas em estado de vulnerabilidade social que elas nem sonham quem possam ser. Esse é o ponto segredo do Mães à Obra: essas mulheresencontram um tempo de seu diapara tecerem um manto de amor humanitário para os assistidos. Não é justamente dessa cooperação que o nosso mundomais precisa?
A divulgação desse trabalho social tem sido feitapor meio das próprias confreiras, entre pessoas amigas e as do círculo familiardelas,que se encantam e tornam-sevoluntárias desta ciranda do bem. Além disso, uma vezpor ano, elas se reúnem na Praça Monsenhor Marcondes para divulgar o ‘Mães à Obra à população pindamonhangabensee, quiçá, conquistar novos voluntários.
Entre asconfreiras, temos professoras, médicas, dentistas, escriturárias, comerciantes, artesãs, costureiras, operárias, voluntárias em entidades assistenciais, ministras da Eucaristia, rainhas do lar e uma artista plástica. Elas dizem que recebem muito mais do Mães à Obrado que aquilo que ofertam. Entre as benesses que este trabalho social lhes propicia estão a cura de depressões, a retomada da alegria de viver e a beleza de ser o ponto invisívelque une seus quadradinhosde amor ao grande tecido da existência humana.
Entre asvoluntárias, há uma em especial, quedesde a sua chegada,foi carinhosamente aclamada“matriarca do grupo” ea“Fada Madrinha do Mães à Obra”,não só por possuir mãos de fada,mas também por ser detentorade um coração esplendoroso de amor: Enedina Avalone!
Em nossa entrevista via whatsapp, indago: O que você faz no Mães à Obra e o que o Mães à Obra faz por você? Em resposta, Enedina diz: “Há mais ou menos cinco anos, passando à tarde pela praça Monsenhor Marcondes, vi algumas senhoras sentadas no banco tricotando. Quando reconheci a Vânya, ela me falou do Mães à Obra e, imediatamente, quis pertencer ao grupo. Comecei a fazer tricô, crochê, pinturas, tiaras e, cada vez mais, dava mais valor àquele trabalho. As reuniões mensais me divertiam muito. Mães à Obra trouxe para mim uma felicidade de cuja existência não me lembrava mais, como encontrar amigas e fazer o bem para pessoas que eu nem conhecia. Os agradecimentos das pessoas me davam mais energia.Hoje, com 88 anos, quero viver mais para continuar este meu trabalho que tanto AMO!”
Mãos à obra, Mães `a Obra! Que esse projeto abençoado do Colégio Mestre inspire cada vez mais pessoas a trabalharem pela solidariedade mundial, ainda mais neste tempo tão premente de esperança e luz ede mulheres comovocês,que tecem a própria vida com a linguagem do coração, a linguagem do amor!