MARCOS SOUZA E SUA BATUTA NA REGÊNCIA DA MÚSICA EM PINDAMONHANGABA

Quem já viu Marcos Souza regendo a Banda Sinfônica da Corporação Musical Euterpe não precisa de descrições sobre o que sua alma de músico e sua preciosa batuta de maestro conseguem de uma orquestra. Quem não viu, mal pode imaginar. Como figura humana, Marcos Souza também é grande. Tem o chamado ‘carisma’ para a música, de modo especial, a erudita, muito embora, como musicista que é, executa com maestria qualquer gênero musical.
Presidente e Maestro da Corporação Musical Euterpe, sob a sua batuta estão também outros projetos louváveis dessa bicentenária associação que promovem a música em Pindamonhangaba: a Banda de Aprendizes (20 alunos), o Projeto Aprendiz (102 alunos), a Orquestra de Cordas Jovem (25 Alunos), o Coral Júlia San Martin Boaventura (28 integrantes) e, ainda, o Projeto Musicando na Escola com aulas de canto coral, flauta doce e percussão no contra turno das Escolas Municipais Augusto César Ribeiro (50 alunos) e Paulo Freire (50 alunos). Seu trabalho -primoroso!- tem por objetivo a formação de novos músicos e a descoberta de jovens talentos, oferecendo às novas gerações oportunidade de estudo e trabalho nos projetos de ensino da teoria e prática musical da gloriosa Euterpe.
Assim como esses jovens aprendizes, Marcos ingressou na música nos primeiros anos escolares, aos sete anos, pelas mãos de um ilustre professor, Roque Silva Souza, seu pai. Aos 14, era componente da Banda Marcial do Externato São José e, a convite do Maestro Pedro, passou a integrar a Banda Euterpe, ao lado de grandes baluartes da música pindamonhangabense – Zé Sambinha, Teodoro, Waldomiro Brito, Romão e outros -, com quem teve relevante progresso no aperfeiçoamento técnico de seu instrumento eleito, o trombone de vara.
A opção pelo Bacharelado em Música na Faculdade de Música Santa Cecília só veio aprimorar ainda mais sua dedicação à música erudita e popular, estudada com afinco por seis anos no Conservatório Villa Lobos, formação esta que se estendeu por outro um ano e meio na Pós-Graduação em Educação Musical.
Na Euterpe, Marcos executou uma carreira brilhante: ingressou como músico nos idos de 1985 e, ao ser convidado, em 2002, para o cargo de maestro, prontamente aceitouo desafio com a condição de se especializar para assumir o prestigiado cargo. Sem medir esforços, disputou uma das concorridas vagas no Curso de Regência do Conservatório de Tatuí e, graças ao seu talento e ao seu currículo, conquistou a formação indispensável que a batuta da Corporação Musical Euterpe exigia.
Para aprender o ‘bailado’ da singela vareta de maestro, ferramenta de expressão técnica e de pulsação interior do maestro, Marcos estudou mais cinco anos em Tatuí (2004 – 2008). A arte da regência constitui o mais alto grau de conhecimento musical e refinamento de uma cultura ou de uma civilização, e Marcos Souza, em cada apresentação da Corporação Musical Euterpe, é sempre aplaudido de pé, aplausos que fazem jus aos esforços por ele despendidos em busca de tão qualificada formação.
Ao vê-lo conquistar o coração das crianças e dos jovens para a música e,sob o véu de cada lição,ensinar-lhes os mais altos valores que a arte musical pode oferecer, vejo na alma do ilustre maestro a figura paterna de seu primeiro mestre, transmitindo aos músicos e aos alunos dos projetos da Euterpe não só a teoria musical e a destreza com os instrumentos eleitos, mas, sobremaneira, a compreensão maior do poder da música no desenvolvimento cerebral dos aprendizes, na socialização, na disciplina, na educação para a vida.
A você, Marcos Souza, a nossa profunda gratidão e os nossos vivas. Com seu dedicado trabalho na Corporação Musical Euterpe, estamos escrevendo outras histórias de vida tão belas quanto a sua no chão desta terra que o tem como filho ilustre(Marcos nasceu em São Paulo e, desde os dois anos de idade, aqui reside). Ao assistir as apresentações da Banda Sinfônica, da Camerata e dos projetos da Euterpe, sou tocada por algo indescritível e extraordinário. Adentro as portas invisíveis que a música nos abre e, nesse portal de som, ritmo e beleza, somos agraciados com um presente inexplicável e divino: “a música é a língua materna de Deus” (Mia Couto) e seu trabalho e sua batuta, Maestro, os braços estendidos do Criador.