Maria Eduarda San Martin
O Papo Reto de hoje é com a secretária de Meio Ambiente da Prefeitura de Pindamonhangaba, Maria Eduarda San Martin. Graduada em Engenharia Ambiental e Sanitária, Maria Eduarda cursou pós graduação em Gestão Ambiental na FEI. Possui 10 anos de experiência em consultoria para licenciamento ambiental e gerenciamento de resíduos sólidos e está Secretária de Meio Ambiente do Município desde janeiro de 2019.
Atualmente Maria Eduarda é a presidente do Comitê das Bacias Hidrográficas do Rio Paraíba do Sul, eleita por 36 municipios.
TN – Quando a Secretaria de meio Ambiente foi criada?
A secretaria foi criada no inicio de 2019, quando nós assumimos aqui. Na época funcionava com a limpeza publica, existiam outras atribuições e depois de dois anos isso foi de fato separado, o que foi muito importante para a melhoria dos serviços de fato ligados ao meio ambiente. A importância da secretaria ou de qualquer órgão municipal envolvendo a questão ambiental é que você consegue direcionar os esforços para um tema específico, como nós falamos, inclusive, na educação ambiental é um tema transversal, o meio ambiente, ele está um pouquinho em tudo, da mesma forma que está em nossas vidas, em todas as secretarias, um pouco em cada serviço, em cada atendimento, em cada olhar, em cada planejamento da cidade. Então, era necessário que se tivesse sim, um órgão municipal que pudesse estender o seu conhecimento e os apoios, as interlocuções entre diversos setores da prefeitura e colocasse sim a sua marca daquilo que é fundamental, importante para o município prosseguir em um desenvolvimento que proteja as gerações futuras.
TN – Como é a estrutura da secretaria atualmente?
Hoje nós temos quatro espaços públicos, municipais, onde nós estamos com essa atribuição de zelar, que é: o Parque do Trabiju, o Bosque da Princesa, o Parque da Cidade e o Viveiro Municipal.
TN – Com o é o Composta Pinda, um dos muitos projetos idealizados pela secretaria de Meio Ambiente?
O programa Composta Pinda é uma iniciativa aqui da secretaria de Meio Ambiente, é uma novidade pro município e tentamos começar de uma forma mais simples mas sondando terreno pra ver como que isso vai ser recebido pelas pessoas, em gerais, não só pessoas físicas mas jurídicas na cidade. Então, o primeiro ponto deste que foi inaugurado hoje, é trabalhar com o publico domestico, as pessoas que tem nas suas residências e geram pequenas quantidades de materiais após a alimentação, de consumo e esses materiais poderiam estar indo pra compostagem domestica.
Com essas composteiras menores e ai é algo mais fácil mas a prefeitura vai estar dando esse apoio técnico, essa orientação, esse acompanhamento e vai ceder nesse primeiro momento algumas composteiras pra quem for inscrito e quem for selecionado. A próxima etapa do Composta Pinda é trabalhar com as escolas municipais, então, passado do âmbito domestico que é um âmbito menor, e começar a lidar com quantidade de resíduos maiores e com públicos maiores, embora ainda possa ser um publico que onde a gente vai trabalhar muito a questão ambiental, de educação ambiental . Em um terceiro momento que esperamos que seja daqui a alguns anos, é fazer com que uma parte do material que hoje vai pro aterro sanitário, que não é separado, ou ate o material das feiras, por exemplo, possa ir pra um pátio de compostagem municipal.
TN – Normalmente temos uma visão muito antiga ainda, pensando que meio ambiente é plantar arvore, é isso mesmo?
Meio ambiente vai muito além de plantar arvore, também é plantar árvore, mas não é só isso, na verdade o que a gente tem tentado fazer, nossa motivação é mudar um pouco essa ideia de meio ambiente. Este projeto do Composta Pinda, projeto conservador da natureza, plantação dos pevs sustentáveis, existe uma dezena de projetos, que eu citei alguns, que estão trabalhando essa questão do desenvolvimento sustentável, então tudo que trabalhamos, isso é pra que a cidade possa se desenvolver de uma outra forma, se continuarmos pelo mesmo caminho não vamos ter um futuro diferente, pra que a gente tenha um futuro diferente lá na frente precisamos transformar outros padrões de pensamentos, outros hábitos que a gente tem no nosso dia-a-dia, mas também da forma como a gente trabalha, nos nossos respectivos trabalhos, mas principalmente quem está na administração publica por que a nossa responsabilidade aqui é maior.
TN – A educação ambiental e a reciclagem façam parte desse trabalho?
Sim, a reciclagem, inclusive a questão do Dia da Reciclagem, comemorado no dia 17 de maio. Isso é muito importante para que possamos fortalecer esse objetivo da secretaria de meio ambiente , fortalecer essa conscientização, essa educação e promover de alguma forma a melhoria desses trabalhos, porque não é só ter para onde enviar. É importante que seja feita uma seleção adequada dos materiais é preciso que a prefeitura faça a coleta seletiva, é preciso que o munícipe consiga separar os seus materiais, coloque na rua na hora que está passando o caminhão. São diversas outras necessidades que nos temos falando apenas em reciclagem, em educação ambiental existem vários temas que podem ser trabalhados, a educação não acontece apenas nas escolas, ela pode ser em universidades, ela pode ser na rua, na praça , ela pode ser no centro comunitário, ela pode ser em todas as idades, não tem regra.
Nós também estamos desenvolvendo com a secretaria de Educação um programa municipal de educação ambiental e um plano municipal de educação ambiental.
TN – Percebemos que a secretaria de Meio Ambiente trabalha com uma coisa muito maior que é a mudança da consciência de toda uma população, uma mudança de cultura. Porque isso é importante?
Exatamente, por isso que nós optamos muitas vezes por começar com as crianças menores. É porque aqui é onde tem futuro, aqui que elas podem moldar um pouco mais, elas podem melhorar essa consciência que muitas vezes vem de casa pra que elas possam ser diferentes, a gente precisa que essas pessoas crescendo elas estejam comprometidas de uma forma diferente, com o seu espaço de trabalho, com seu espaço de lazer, com qualquer espaço onde elas venham a ocupar alguma função, elas precisam estar comprometidas com algo diferente, porque se não isso realmente vai comprometer, a gente não vê hoje o impacto disso, o impacto ele vai vir daqui a alguns anos.
Eu vou citar alguns exemplos: só cortamos árvores e não plantamos árvore, não nos preocupamos com as questões de remanescentes vegetais. Nós vamos ter problemas na qualidade do ar porque é por nessas plantas que nós recebemos o oxigênio de alguma forma que é trocado ali na fotossíntese, nós teremos temperaturas mais altas nas cidades, encontraremos menos fauna, que a gente fala, pássaros no local, menos frutos, então esse é um exemplo.
TN – Como é fazer esse trabalho em Pindamonhangaba?
Foi uma grande honra aceitar esse convite. Eu ainda não consigo dimensionar tudo o que pode feito, mas me sinto muito satisfeita e muito contente em contribuir com a cidade que eu nasci e amo. São muitos desafios e muitas alegrias quando conseguimos efetivar um novo projeto.
Agora sou presidente do Comitê das Bacias Hidrográficas do Rio Paraíba do Sul, eleita por 36 municípios para discutir os recursos hídricos, também me deixa muito honrada. É a primeira vez que Pinda assume a presidência do Comitê e isso é muito importante.
Espero que todos possam pensar com mais carinho em todas as suas atitudes do dia a dia.