Medicina alternativa
O meu objetivo aqui é te tocar de alguma maneira. Promover aí dentro um espaço de escuta atenta e amorosa. E assim, eu me coloco aqui: com amor. Paradoxalmente, a dor do mundo. Sim, sou testemunha da dor. Uma testemunha cheia de empatia. E talvez, por isso, eu tenha o dom de perceber. E tenho percebido muito sofrimento no mundo, assim como percebido na face e no discurso, a escassez de alimentos para o corpo e para a alma. Tenho visto pessoas reféns dos excessos de aprisionamentos mentais, outros tantos aprisionados na cegueira das certezas que carregam dentro de si. Há ainda os que se aprisionam ou são, terrível e violentamente, aprisionados em relações adoecedoras, mutiladoras da alegria e da paz.
Temos, portanto, um alto índice percentual de vidas sendo vividas de maneira nada genuínas, nada autênticas. Se pudéssemos medir a felicidade de cada um, como estaria a sua? E se pudéssemos medir a felicidade per capita bruta, no nosso país? Quais medidas são necessárias para promover mais saúde em casa, no trabalho, no âmbito privado e coletivo? O que você e eu temos a ver com isso? Então, humildemente, eu peço para que você não só reflita, mas que você se permita a experimentar o novo e quem sabe, abrir mão, por alguns segundos, daquilo tudo que lhe foi imposto, respirar profundamente, esvaziar e aquietar, com generosidade, a mente; deixando o coração sentir e perceber o mundo.
Com as chamadas “Medicinas Alternativas”, atualmente denominadas ‘Práticas Integrativas e Complementares’, eu aprendi sobre um princípio vital que permeia tudo. Essa energia vital que alguns chamam de prana, de ki ou chi, são abundantes na natureza e também estão presentes no nosso corpo, possibilitando a manutenção da saúde e da vida. A falta, ou o bloqueio de prana, impacta, diretamente, a nossa vitalidade e a nossa saúde. Essa é uma concepção vitalista que leva em consideração, no processo de adoecimento, a influência dos pensamentos, sentimentos e emoções. Esses aspectos são temas da psicossomática e têm feito parte das disciplinas que aliam ciência e espiritualidade.
A Ayurveda (ayur: vida, veda: conhecimento), por exemplo, é uma das práticas integrativas e complementares que foi incorporada no SUS, pelo Ministério da Saúde e nos fala muito sobre esse princípio vital. Sendo uma das abordagens mais antigas de cuidado do mundo, considera como fator importantíssimo para a saúde, a harmonia do homem com a natureza.
Essa sabedoria milenar vale a pena ser ouvida, compreendida, vivenciada, assim como é de grande e extrema valia, por exemplo, parar para escutar as experiências dos nossos avós, bisavós, tios e tias. Interessar-se pela vida intrauterina, a partir do que conta a sua mãe, por exemplo, é transformador. Feito ponto de mutação.
Olhar o entorno, por vezes, através da visão de mundo de outros povos, culturas, romper os muros paralisantes e limitantes. Perceber o mundo também como um cego percebe: explorando as sensações, tocando as superfícies, sentindo com as mãos e com o coração. Aprender com os mestres e com a sabedoria gigante que guarda o homem e a mulher que semeiam e cultivam a terra, harmonizar-se com os ciclos da natureza, aprender com ela que há tempo para tudo. Há tempo para plantar e há tempo para colher. O intervalo entre ambos é natural e não precisa ser vivido ansiosamente. Apreciar a chuva, e saber apreciar o Sol. Contemplar a natureza é uma maneira de aprender a se comportar. Observar os ciclos, promove equilíbrio e paz. Saúde é integrar-se com esses ciclos. Façamos juz a natureza que doa generosamente.