mês das mulheres
“Para cada mulher, infinitas possibilidades”
Com este slogan e uma noite especial, Prefeitura premia histórias inspiradoras
Mulher
Sou mulher / Sou anjo / Sou força
Sou coragem / Sou luta / Sou uma
Sou todas / Sou sim / Sei que sou
Sei quem sou / Sei quem quero ser
Sou quem quero ser / Sou mulher
(Lorena Arcanjo)
Mães. Filhas. Irmãs. Esposas. Amigas. Donas de casa. Donas de empresas. Donas de si…
Cada vez mais, as mulheres vêm exercendo novos papéis na sociedade. Mas, não foi da noite para o dia: foi preciso muita luta, muito debate e muitas renúncias para que hoje, a maioria possa estar em um local de destaque.
Para exaltar essa luta, essa fibra e essas conquistas, a Prefeitura de Pindamonhangaba criou, em 2019, o prêmio “Destaque Mulher Infinita” – que visa a promover e reconhecer histórias marcantes, relevantes e inspiradoras.
No último dia 13, as dez finalistas participaram de uma noite pra lá de especial, no Palacete 10 de Julho. Elas representam o protagonismo, o empoderamento, a resiliência, a alegria, a determinação, o amor, a sensibilidade, os desafios e as conquistas de todas as servidoras e mulheres de Pindamonhangaba.
Com trajetórias marcadas por desafios e superações, as vencedoras foram:
Kátia Mendes – professora – secretaria de Educação (1º Lugar)
Giovana de Oliveira Godoi – telefonista – secretaria de Administração (2º Lugar)
Terezinha do Carmo Silva – telefonista – secretaria de Administração (3º Lugar)
A secretaria de Educação também recebeu um troféu por ter enviado mais histórias inspiradoras à premiação.
A cerimônia contou com a presença de amigos e familiares das homenageadas; e de autoridades representantes da prefeitura, além da presidente do Fundo Social de Solidariedade, Cláudia Vieira Domingues, e da vereadora Gislene Cardoso. Ambas parabenizaram as homenageadas exaltando “a força da mulher e o brilhante papel que elas ocupam na sociedade: papel de destaque, de protagonismo, de luta e de doação”.
Confira as 10 finalistas que pisaram o “tapete vermelho”:
ANDRÉIA DE FÁTIMA LOUZADA (GABINETE);
APARECIDA FÁTIMA PEREIRA SILVA (SECRETARIA DE EDUCAÇÃO);
CAROLINA D´AGOSTINHO FERREIRA DO VALE (SECRETARIA DE SAÚDE);
GIOVANA OLIVEIRA GODOI (SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO);
KÁTIA MENDES (SECRETARIA DE EDUCAÇÃO);
MARIA CRISTINA MARIANO (SECRETARIA DE SEGURANÇA);
MARIA DO BOM SUCESSO MARQUES (SECRETARIA DE EDUCAÇÃO);
NAIR RODRIGUES MORAIS (SECRETARIA DE EDUCAÇÃO);
SOLANGE DE OLIVEIRA (SECRETARIA DE SAÚDE);
TEREZINHA DO CARMO SILVA (SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO).
HISTÓRIAS VENCEDORAS
1º Lugar
A melhor versão
Desde que eu me entendo por “gente”, sempre quis ser professora. Meus pedidos de presentes para o aniversário no dia das crianças e no natal eram lousa, giz, cartilhas e, pasmem, até caderneta! Eu me formei com esse objetivo e acabei de completar 25 anos de magistério, ou seja, sempre fiz o que desejei e sou grata por isso. Mas, a história que eu gostaria de contar, como indicação da melhor versão de uma mulher, é também a de uma professora, porém, que não teve as mesmas oportunidades que eu! Ela, já era mãe de um menino de 7 anos, quando foi morar na rua com ele, pois “perdeu tudo” no divórcio. Essa criança, de imensa luz, dizia a ela que não chorasse, pois, um dia a vida deles ‘daria certo’ e foi esse pensamento que a fez ser a professora de hoje! Ela teve ajuda para sair das ruas, conseguiu um emprego de merendeira numa creche e com o auxílio de algumas professoras, estudou, fez Enem e passou no vestibular! Tendo sido aprovada, precisava pagar a matrícula, então, mais um “anjo” apareceu em sua vida e o fez! Porém, ainda precisava do dinheiro das mensalidades. Para isso, encerrava sua jornada como merendeira às 16 horas, ia para casa, pegava sua bicicleta e saía para vender os salgados que preparava na noite anterior, após chegar da faculdade, indo dormir por volta de 1 hora da madrugada. Assim, foram os anos de Pedagogia…
Um tempo depois, saiu da creche, trabalhou num escritório e, cinco meses após sua formatura, foi trabalhar num presídio, no “Projeto Educação nas Prisões”, onde lecionou por quatro anos. Nesse tempo, prestou o concurso da Prefeitura de Pindamonhangaba e, no dia 1º de abril de 2016 (e não era mentira!) teve seu registro na carteira de trabalho, como PROFESSORA!
Ao entrar no carro, gritou e gritou, tamanha a emoção de seu desejo realizado: SOU PROFESSORA! SOU PROFESSORA! Não bastasse, ainda teve outra emoção ao receber seu primeiro salário… ‘Nunca viu tanto dinheiro de uma vez!’ Hoje, ela é grata por tudo o que passou, pois, apesar das dificuldades, teve boas pessoas que a ajudaram a se tornar a professora que ela sonhou ser, inspirando a nós, colegas de profissão, seus alunos e familiares a acreditarmos que podemos ser a “nossa melhor versão”!
2º Lugar
Pelo que me recordo, ela iniciou nesta Prefeitura, ainda na adolescência como integrante do ‘Projeto Patrulheiros Dom Bosco’, no qual os integrantes eram conhecidos como “guardinhas”.
Foi também, estagiária de nível médio e de nível superior e depois de aprovada em concurso público.
Resumindo o pouco que sei sobre sua vida, me recordo que ainda adolescente perdeu sua mãe que faleceu por doença, seu pai tinha alguns problemas decorrentes de alcoolismo. Dos três filhos desse casal, ela é a mais velha, e apesar de ainda muito jovem, assumiu as responsabilidades pelos dois irmãos mais novos (acho que uma menina e um menino) e os orientou/criou/educou.
Foi uma segunda mãe para seus irmãos! Provável que continue sendo!
Junto a toda essa situação enfrentada pela jovem, a mesma se manteve firme trabalhando com toda responsabilidade e bom humor, tratando muito bem aos colegas desta Prefeitura e aos munícipes.
Ela, ainda bem jovem, se responsabilizou pelos cuidados necessários aos irmãos menores, estudou (tem nível superior em Administração) e trabalhou sem esmorecer. Continua desenvolvendo seu trabalho com responsabilidade, respeito, carinho e muita simpatia com o público interno e externo.
Parabéns a ela, uma lutadora sempre!
3º Lugar
Ela realizada entrega de marmitex aos moradores de rua há cerca de três anos e meio, todos os domingos à noite. Ela recebe doações e com materiais que ela mesma compra, cozinha e faz as distribuições. Mesmo com a perda de seu filho em um acidente, ela não parou com seu projeto, levando além de alimento um carinho aos moradores de rua.
Ela é servidora Municipal há 31 anos. Não pensa em parar de trabalhar, pois aos fins de semana ela desempenha outra atividade, o projeto: “Alimentando os Irmãos”.
Com recursos próprios e ajuda de amigos e familiares, prepara mais de 30 marmitas para entregar, todos os domingos, para moradores de rua. Começou convidada por uma amiga, entregando chá nas noites frias de inverno, em julho de 2016, foi quando soube que durante a semana, havia varias instituições que forneciam alimentos para essas pessoas que moram na rua, porém, aos fins de semana, essas pessoas ficavam quase desassistidas, passando fome e sede. Decidiu começar a cozinhar aos domingos para alimentar esses moradores de rua. Passou por um momento muito difícil em sua vida, que foi a perda precoce de seu filho em um acidente de carro. Porém, apesar de tanta dor, não desistiu de ajudar as pessoas mais necessitadas. Quando começou a cozinhar em casa, não tinha panelas adequadas e nem utensílios, mas contou a com a solidariedade de varias pessoas, que doaram panelas grandes, utensílios e alimentos para preparar as marmitas. Hoje em dia, ela arrecada roupas de cama, agasalho e sapatos também. Um trabalho excepcional, e o que a motiva é simplesmente fazer o bem ao próximo.