Minha coluna dói. E agora?

Na matéria de hoje, vamos abordar um tema muito comum em minha prática clínica, os males da Coluna Vertebral. Você sabia que a quantidade de pessoas com dor e problemas na coluna é muito grande? O maior motivo de afastamento de trabalho se dá por causa disto? Que o gasto com remédios para isso é muito grande? Pois é, se você for um “sortudo”, que nunca experimentou um episódio de dor coluna ao longo de sua vida sinta-se premiado. Cerca de 80% da população já sentiu ou sentirá dor na coluna ao menos uma vez na vida. Destes uma menor porcentagem tem dores diárias outros um episódio de dor uma vez por semana ou por mês. Mas por que a população sofre tanto com isso?

Temos algumas teorias, sobre as causas das dores. Se levarmos em consideração que fomos seres “quadrupedes”, a evolução da espécie pode ser uma das possíveis causas dessas dores, onde o efeito que a gravidade exerce sobre nosso corpo, associada a força que o chão faz contra, pode causar um desgaste de compressão ao longo da vida o que causa o desgaste das estruturas da coluna. Segundo esta teoria, os primatas, tidos como nossos ancestrais, tem aparentemente, menor desgaste em suas colunas.

Bom, isso é uma teoria, porém vamos nos ater ao presente. Nossa coluna é composta por 33 vértebras, que são divididas por setores: Cervical, Torácica, Lombar, Sacro e Coccix (partindo de cima para baixo). As maiores queixas são na região lombar, seguida por cervical e torácica. Devemos pensar que a cada dia que passa, nossas estruturas estão em constante processo de envelhecimento, desgaste, que associada a fatores comportamentais pode acelerar ou retardar esse processo. É comum ouvirmos que “aos 20” eu era de um jeito, agora “aos 40” sou de outro..rs, e isso é a mais pura verdade, pois nosso corpo “gastou”. Esses processos de desgaste nas vértebras ocorrem por vários fatores, como estilo de vida, tabagismo, má alimentação, falta de hidratação adequada, sedentarismo, diabetes, sono não reparador, além de pegar cargas muito elevadas e fazer movimentos repetidos.

Vários são os problemas que podem ocorrer na coluna, como o famoso “bico de papagaio”, as temíveis hérnias de disco, a dor no nervo ciático (aquela dor que quase todo mundo diz ter), o aumento da cifose torácica (conhecida também como “corcunda”), o aumento da lordose lombar, retificação de alguma destas curvaturas, a escoliose (desvio lateral da coluna) dentre outros males. Não entrarei em detalhes sobre cada um destes males, mas vou orientar o que podemos fazer de forma comum a todos eles. Todos os males da coluna têm solução e em sua grande maioria, apenas mudando hábitos e procurando ajuda logo no início dos sintomas, a resolução do caso se dá tranquilamente e sem necessidade de intervenção cirúrgica. Um diagnóstico bem feito, associado à cooperação do paciente é o que basta. Como dito acima, podemos evitar que essas dores surjam, apenas alterando questões comportamentais, como sendo ativo, realizando exercícios físicos pelo menos 3x por semana, ter o costume de tomar água ao longo do dia, dormir bem, ter uma noite de sono agradável, evitar o uso de cigarro e bebidas alcoólicas, tomar cuidado com longos períodos numa posição só e evitar realizar movimentos repetidos seguidamente. E ter a consciência que precisamos fazer destas tarefas um hábito, não tomar cuidado apenas quando estou com dor, mas sim ao longo da vida, como forma de prevenção de retorno da dor. Mas vai uma dica valiosa aqui! Não tenha medo ou “sinta” dor por causa de um exame de imagem que você fez e foi diagnosticado um problema, a sua sensação diz mais sobre você que a “foto” do seu corpo. Numa outra ocasião explicarei melhor sobre cada problema e sobre os tratamentos que os resolvem.