Mistura brasileira

Como não poderia deixar de ser, o “Primeiro Encontro Municipal da Escola com a Cultura Popular” ocorreu a exemplo dos últimos eventos para educadores: o “Primeiro Seminário Municipal de Matemática nos Anos Iniciais” e o “Primeiro Encontro com a Prática da Pedagogia Waldorf”. Os três eventos estão dentro das diretrizes de formação permanente de educadores da Rede Municipal de Ensino do município.
“Nosso objetivo nesses encontros tem sido, sobretudo, propor uma vivência estreita entre teoria e prática, dinamizando as atividades e promovendo o contato com práticas diferenciadas que agreguem ao trabalho que ocorre em nossa rede”, afirmou o secretário de Educação e Cultura de Pindamonhangaba, professor Júlio Valle.
Pensando nisso, as atividades desenvolvidas apontaram para novas perspectivas sobre o trabalho com a cultura popular na escola. O encontro aconteceu no último sábado (19), na Fasc (Faculdade Santa Cecília).
Já na abertura das atividades apresentações como a dos Pereirões – bonecões de São Bento – e também das crianças da Escola Municipal Maria Apparecida Camargo, do bairro Ribeirão Grande, com dança Moçambique encantaram os participantes.
A palestra ficou por conta da atriz, diretora de teatro, pedagoga, com especialização em Psicopedagogia, Psicanálise, Educação Especial e Gestão de Políticas Culturais, também Fundadora da Cia. Cultural Bola de Meia, Jacqueline Baumgratz. Sua fala gerou uma série de reflexões sobre a presença da cultura nos espaços escolares, além de apresentar aproximações possíveis entre educação e cultura. “A educação e a cultura são irmãs que caminham juntas e jamais devem ser pensadas separadamente”, disse Jacqueline.
As oficinas práticas tiveram por objetivo principal apresentar propostas concretas de práticas ligadas à temática do evento para o trabalho nas salas de aula.

“O encontro proporcionou um resgate às memórias de infância que, muitas vezes, com o tempo, acabam sendo deixadas de lado. Além das recordações, os excelentes colaboradores nos proporcionaram um significativo aprendizado da riqueza de nossa cultura. Gratidão pelo dia de conhecimento e convivência agradáveis. Espero levar aos alunos o entusiasmo, o conhecimento e a alegria desse dia.”

Professora Catarina Camargo – Escola Municipal Mário Bonotti
“Foi um sábado especial, cheio de cantorias e de muitas aprendizagens em todas as oficinas. A mensagem que ficou para mim é que ao ser que constituiu a cultura como uma das expressões de identidade de um local, caberá a ele, com maior responsabilidade, resgatá-la, bastando para isso, querer e escolher o caminho da construção. Nós educadores, podemos.”

Professora Célia Ascenço –
Escola Municipal Julieta Reale
“Ser integrante de uma equipe que busca novos horizontes para educação para mim é motivo de orgulho. Foi o que vivenciamos neste sábado. Quanto enriquecimento! Pude ampliar meus conhecimentos de maneira prazerosa, divertida, de forma objetiva e ao mesmo tempo com reflexões intensas. Parabéns à equipe organizadora e que venham mais encontros tão pertinentes como este! A oficina de matemática nas práticas da cultura popular me possibilitou enxergar a matemática de maneira nunca vista: houve uma socialização humanizada dessa área tão exata!”

Professora Tatiane Roberta –
Escola Municipal Arthur de Andrade
“Foi muito gratificante ver o encanto das professoras com as mais variadas formas de se tratar a cultura popular dentro da escola. Com a vivência dos bonecões tradicionais, das crianças apresentando o Moçambique, a palestra e as oficinas, estamos concretizando um modelo que, conforme o prefeito vem reforçando, nos habilita a nos tornarmos um município referência na formação de professores, o que é demonstrado pela vontade de participar de professores de outras cidades!”

Professor Júlio Valle –
Secretaria de Educação e Cultura

Ao todo, seis oficinas marcaram o evento. Foram elas:

“Práticas de danças populares brasileiras na sala de aula”

“Tempo de brincar: brinquedos populares na escola”

“Práticas matemáticas nos jogos da cultura popular”

“Na palma da mão e no ziriguidum da mistura brasileira”

“Histórias, brincadeiras ritmadas e nossas memórias da infância”

“Fantoches, contos populares e teatro como recursos pedagógicos para trabalhar as emoções”

“E não é que o sábado cinza ficou colorido, leve e alegre? Tinha que ficar assim depois de um início festivo com os bonecões dançando, seguido pela palestra reflexiva da querida Jacqueline Baumgratz, que chegou cantando e encantando com sua fala atual sobre a cultura e sua presença na escola, às vezes omitida, disfarçada, deixada para depois, mas insistentemente presente nas atitudes dos educadores, alunos e familiares, porque todos nós constituímos a cultura do local em que vivemos com hábitos que levamos conosco em nossas relações”, comentou a professora Célia Ascenço, da Escola Municipal Julieta Reale.