Nossa Terra Nossa Gente : NA PRINCESA DO NORTE, A POESIA!

Neste 21 de março – Dia Mundial da Poesia –, meu olhar volta-se para a minha aldeia, ‘para o sacrossanto chão de minha taba’, em busca dos Poetas de Pindamonhangaba! Nesses mais de três séculos de história, quantos poetas nasceram e viveram na Princesa do Norte?!? A lista é infindável – e cada um deles, a seu tempo, cantou a beleza e o amor, as dores da alma e os deleites do espírito, a liberdade e os grilhões humanitários.

Dessa fortuna crítica, mais uma vez (e sempre) jogo luz sobre Balthazar de Godoy Moreira (1898 – 1969), o “Príncipe dos Poetas Pindenses”, aquele que, como um rouxinol, por toda a vida, “amou sua terra em prosa e verso”!

Quando Balthazar faleceu, Hilda César Marcondes da Silva, a “Fada Madrinha da Academia Pindamonhangabense de Letras”, publicou em sua homenagem um texto em que exprime a imortalidade do admirável “Menestrel da Princesa”: “Partiu o rouxinol de Pindamonhangaba. Digo partiu porque os grandes poetas não morrem, são imortais, continuam vivendo, juntamente com suas poesias. O Menestrel da Princesa apenas mudou de lar. Voou como a águia, pousando seu novo ninho no píncaro da glória eterna.

Todavia legou-nos – e à posteridade – suas obras maravilhosas. Partiu para outras paragens, aqui entretanto, permanecerá vivo em espírito e preso pelo elo invisível do amor e ternura ao seu torrão natal – Pindamonhangaba”.

De geração em geração, essa corrente de poetas pindamonhangabenses ganha novos elos, novos versos, novas bandeiras tecidas a várias mãos! Como esquecer a poesia cabocla de Eloyna Salgado Ribeiro ou os sonetos mais que perfeitos de Paulo Tarcizio? E, também, os versos de Alberto Santiago, Altair Fernandes, Ricardo Estevão e de tantos outros poetas da Academia Pindamonhangabense de Letras?
Os elos dessa corrente de poesia não se findam, e, uma vez por ano, no Festival de Poemas de Pìndamonhangaba, o FESTIPOEMA, temos oportunidade de aplaudir os novos talentos que surgem entre as novas gerações!

Pois em 2022, a revelação do XVI FESTIPOEMA foi Stellen Eisen Sanchez César: o poema de autoria da menina de seis anos – “Meu floco de neve” – obteve o 1º lugar da Categoria Infantil, concedendo a Stellen, o Troféu Bertha Celeste Homem de Mello. (veja o poema acima)
Ao apreciar a própria Stellen caracterizada de Elsa, a “Rainha da Neve”, no palco do Teatro Galpão declamando seus versos com um encantamento que inexiste no mundo em que vivemos, tive a certeza de que um “floquinho de neve”, delicado como a poesia, bailava no céu da Princesa do Norte!

Além da delicadeza dos versos, ao término da perfeita interpretação de Stellen, a “Rainha da Neve” espalhou floquinhos ‘de mentirinha’ pelo palco! Foi aplaudida de pé! Assim como sua poesia, sua performance comoveu e afetou o corpo de jurados e os que prestigiaram aquele momento inesquecível do XVI FESTIPOEMA.

Ao término da premiação, fui abraçar Stellen e seus pais, Marianne e Marcelo. De lembrança, ganhei da menestrel-mirim pindamonhangabense dois floquinhos que até hoje enfeitam minha escrivaninha e, ao vê-los a cada manhã, tenho a certeza de que a poesia é arte salvífica em nossas vidas – e Stellen Eisen Sanchez César, um dos mais promissores elos da admirável corrente de Poetas da Princesa do Norte!

  • MEU FLOCO DE NEVE Meu floco de neve derreteu! O que será dele e de mim? Ei! Ele se transformou em uma gota d’água! já sei! Irei deixá-la no freezer, para permanecer gelada! Oh, não! Meu floco de neve, que evolução: agora é um cubo de gelo! Vou colocá-lo no copo e tomá-lo inteiro! Meu floco de neve, sempre comigo. Ele, sim, é o meu melhor amigo.
  • Juraci de Faria é escritora, poetisa e membro da APL - Academia Pindamonhangabense de Letras