Editorial : Não precisa colocar tanta água
O Governo Federal está sendo ‘quase’ rápido para tentar resolver a situação do preço do feijão. De acordo com o IBGE, que mede a variação nas capitais, o preço do feijão subiu 33,49% no ano até maio. No acumulado dos últimos 12 meses até maio, a alta é de 41,62%.
O adjetivo de tempo ‘quase’, é porque, mais uma vez, Brasília esperou ‘estourar’ um problema para depois ternar buscar uma solução. Aliás, nos últimos anos o Governo Federal tem sido assim com quase tudo: ele espera dar ‘zica’ para iniciar uma discussão de resolução… paciência.
Voltando a editoriar sobre a medida, o feijão é um item essencial no prato dos brasileiros. O famoso e básico ‘arroz com feijão’ é o principal prato dos brasileiros.
A combinação é perfeita e ainda deixa o prato com contraste, pois a maioria dos feijões têm cores escuras. Aliás, mesmos em caso de uso de feijões de cores claras, pode haver contraste se a opção for utilizar arroz escuro, como o preto ou outras variações – que são produzidas em Pindamonhangaba, por exemplo. Ademais, alguns preferem arroz, outros feijão, mas são raros os que admitem não gostar de nenhum dos dois.
Para efeitos de saúde, segundo especialistas, o feijão é mais rico do que seu ‘amigo’ arroz.
Com um detalhe, o grão, além de saboroso, é cheio de nutrientes essenciais como vitaminas (a maior parte do complexo B), ferro, cálcio, magnésio e proteínas, que estão presentes em quantias que podem até, em alguns casos, substituir os produtos animais.
Assim, o ato de buscar meios para baixar o preço do feijão nos supermercados, é louvável. Ontem o Governo Federal tomou providências de liberação da importação do produto de países vizinhos do Mercosul: Argentina, Paraguai e Bolívia. O presidente em exercício Michel Temer fez a requisição ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Em entrevista ao Portal do Planalto, o ministro Blairo Maggi disse que também está sendo estudada a possibilidade de trazer o produto do México, após a assinatura de um acordo sanitário, e da China.
O preço do principal produto na mesa dos brasileiros subiu em função de questões climáticas, que ocasionou a perda de praticamente todas as safras no Centro-Oeste, explicou o ministro. Isso ocasionou uma queda na oferta e um aumento na demanda, fazendo com que os preços subissem.
Outra medida que está sendo tomada, afirmou o ministro, é de negociar com grandes redes de supermercado para que busquem o produto onde há maior oferta. Mas esta atitude é o que se espera e deve ocorrer nas grandes redes, simplesmente para conseguir um preço melhor e aumentar a margem de lucro.
Agora é esperar até que o feijão de fora chegue aos supermercados a preço acessível, para encher o prato dos brasileiros de esperança. De acordo com especialistas, o efeito real no bolso do consumidor deve acontecer entre sete e 20 dias.
Agora não precisa colocar mais água, o bom é o grão.