Vanguarda Literária : NELSON FAHEINA: EXPRESSÃO DA AMIZADE

A Amizade sempre foi um tema abordado ao longo da História da Filosofia. Aristóteles, grande Filósofo grego, no seu livro “Ética a Nocômano”, enfatizava que a amizade exige intimidade, constância, sinceridade e, que os homens egoístas, que esperam do amigo apenas vantagens e benefícios, não são dignos de amizade. Para ele uma das condições primordiais é que as pessoas se conheçam e desejem o bem reciprocamente, porque a amizade verdadeira é atributo dos homens bons e virtuosos. Marcos Túlio Cícero, Filósofo romano no seu diálogo “Lélio, ou Da amizade”, em 44 da nossa era, salientava que nos verdadeiros amigos encontra-se a fidelidade, a integridade e que ela é a melhor coisa que os homens receberam dos deuses. O amigo é aquele que nos faz falta quando nada parece faltar, o homem que dele se priva é como se privasse o mundo do sol. Platão, o mais célebre discípulo de Sócrates e mestre de Aristóteles tece considerações sobre o assunto nas obras “O Banquete”, “Fedro e Lísis”, em que afirma, com muita clareza, que a amizade nasce do desejo do que é semelhante e do que falta.

Todas essas rápidas reflexões vêm-me à mente quando evoca a figura de um louvado conterrâneo, nascido na inesquecível Limoeiro do Norte, nosso torrão natal, lá no sertão do Ceará os se abraçam os legendários rios Jaguaribe e Banabuiú: NELSON FAHEINA.
Nelsinho, como o chamamos carinhosamente, chegou às oitenta primaveras, trazendo consigo uma vitoriosa trajetória no Rádio e na TV. Fez transmissões históricas como a chegada do Papa João Paulo II ao Ceará. É detentor de várias láureas, principalmente as que foram concedidas pela Associação Cearense de Imprensa e Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, e, em 2020 ganhou o “Prêmio Ceará de Jornalismo” instituído pelo Governo do Ceará. Fez carreira e fama na Rede Globo de Televisão, tornando-se repórter conhecido em todo Brasil. Entretanto, após tantos anos ausente, a saudade do torrão natal, do nosso Limoeiro o fez retornar à boa terra, onde tudo tem mais vida, e atuar na rádio Vale do Jaguaribe (“Com um quilowatt na antena, não há distância que nos separe” como dizia o saudoso Dr. Zenilson Osterne), a velha rádio, onde começou a sua carreira. O que isso significa? Amor ao berço, devotamento às amizades que nunca esqueceu! Esse homem excepcional, que tem como marcas fortes a humildade cativante, a bondade sem par, e dedicação aos amigos de longas datas, permanece inalterado: mantém a voz cristalina de sempre, a palavra generosa e o sorriso cativante que herdou da sua mãe admirável: Dona Lili Faheina que se encontra na Mansão Celestial velando por todos nós! Continua o Nelsinho Especial, como dizia minha saudosa mãe, Dona Anilda de Castro Moura, que tinha por ele um grande afeto. Do alto de seus oitenta anos bem vividos, ciente e consciente do dever cumprido, feliz, como os eleitos do Senhor, a alma de Poeta de Nelsinho Faheina repete esta bela Trova sobre amizade de autoria do meu Mestre Trovador Izo Goldman:

“Nas amizades me empenho,
pois quero ser sempre assim:
tendo os amigos que eu tenho,
eu nem preciso de mim!

Ave, NELSINHO FAHEINA, meu abraço fraterno e minha admiração perene! Chuvas de bênção Divinas no seu profícuo viver! Hosanas!

  • José Valdez é médico, mestre e doutor pela USP, professor universitário, Magister ad Honorem da Universidade de Bolonha, e Professor Visitante das Universidades de Bonn, Munique, Colônia e Berlim (Alemanha). Professor Convidado da Universidade de Paris V (Sorbonne)