História : Notas da Tribuna de antigamente
Força Pública do Estado de São Paulo oferecia vagas para músicos de Pindamonhangaba
Esta tem 100 anos, saiu na edição do dia 26 de julho de 1923 do jornal Tribuna do Norte. Refere-se a uma correspondência oficial do 1º Batalhão da Força Pública do Estado de São Paulo ao destacamento policial de Pindamonhangaba. Uma circular assinada pelo tenente coronel Joviano Brandão e endereçada ao sargento então comandante da unidade policial local.
Na circular pedia-se fosse dado conhecimento ao município que o 1º Batalhão da Força Pública estava aceitando músicos, oferecendo aos interessados um contrato de quatro anos.
Abaixo informava sobre os ordenados mensais que estavam em vigência na época, de acordo com as habilidades dos músicos:
“1ºs sargentos músicos de classe distinta, 300$000; 2ºs sargentos músicos de 1ª classe, 250$000; músicos de 2ª classe, 220$000; Músicos de 3ªclasse, 200$000”.
Vantagens
No tocante às vantagens oferecidas aos interessados, o 1º Batalhão revelava que os músicos da Força Pública tinham direito a uma quantia complementar ao ordenado, referente às apresentações pagas: “nas tocatas pagas percebem, da importância líquida, os músicos de classe distinta e 1ª classe, 4 partes; de 2ª classe, 3 partes; de 2ª e 3ª classes, 2 partes; e aprendiz de músico, 1 parte”.
Ao músico da Força também era oferecido, gratuitamente: “assistência médica e medicamentos para si e sua família; funerais para seus filhos; e, no caso de falecimento do músico, a sua viuva ou filhos, seria dada pela Caixa Beneficente da Força, de acordo com o seu regulamento, uma pensão mensal”.
A Força Pública ainda dava a oportunidade de enganjamento e reenganjamento, ao final do primeiro contrato. Ao enganjar teria direito à gratificação de 200 réis. Em caso de reenganjar, de 400 réis.
“Caso invalide em consequência de serviço, reforma-se com todo o ordenado, e, contando mais de doze anos de praça, reforma-se com o ordenado proporcional, qualquer seja o motivo da invalidez. Com doze anos de efetivo serviço tem direito a seis meses de licença com todos os vencimentos”, informava a Força Pública.
Complementando aquela interessante oportunidade aos músicos, revelava que fardamento, calçados e instrumentos seriam fornecidos por conta do Estado, e que havia muitas outras vantagens, não possíveis de enumerá-las por falta de espaço, mas que o comandante do destacamento de Pindamonhangaba estaria apto a esclarecê-las.
No final, destacava: “necessitamos de preferência, bons tocadores de clarineta e bons tocadores de piston”.
A gloriosa e histórica Força Pública, Polícia Militar do Estado de São Paulo, que teve suas origens em 15 de dezembro de 1831, mantém, ao longo de sua caminhada existencial, extraordinária contribuição musical a São Paulo e ao Brasil. Hoje tendo como destaque sua orquestra sinfônica, e corpo musical multiplicado por suas inúmeras unidades espalhadas pelo estado, a corporação deu início ao fornecimento de bons músicos instrumentistas e regentes há 166 anos (foto acima). “Em 7 de abril de 1857, em decorrência da Lei de 575, foi criada a Banda de Música do Corpo Permanente, composta de 1 mestre, com graduação de primeiro sargento e 17 músicos soldados” (Fonte: A Força Pública de São Paulo – Secretaria da Segurança Pública – História da PM)