História : Notas sensacionalistas de outros tempos

Das páginas da Tribuna das primeiras décadas do século passado, notas interessantes ou curiosas de fatos ocorridos em outras terras

Em continuidade a série identificada pelo título acima, a editoria História desta edição volta a relembrar notas sensacionalistas publicadas na Tribuna da Pinda antiga…

Índios milionários

Esta, vem da edição de 9 de dezembro de 1921, prova que nos Estados Unidos da América viver em uma Reserva não era empecilho pra se tornar milionário. Como título original “Peles vermelhas milionários”, a notícia começa questionando: “Quem acreditaria que peles vermelhas pudesse tornar milionários?”.

Em seguida vem a confirmação que isso fora um fato: “A tribo dos Osages, que compreende 2.000 indivíduos e era proprietária de terras em que se vive, na Reserva de Oklahoma, teve recentemente conhecimento de que essas terras continham enormes jazidas petrolíferas”.

Com assentimento do Governo dos Estados Unidos, a tribo agraciada com petróleo em suas terras as negociou com uma grande empresa petrolífera, recebendo um milhão de libras. Quantia que, segundo a nota, no câmbio daquela atualidade, equivalia a cerca de 30.000 contos de réis. A este valor ainda ficava a empresa obrigada a incluir “a sexta parte dos lucros realizados com o petróleo que dali se extraiu”.
Sobre o quanto caberia a cada indígena, dizia a nota, “…calcula-se que cada membro da tribo venha a perceber, de venda anual, cerca de 2.000 libras ou 60 contos de réis”.

Nota. Sobre o assunto encontramos no site JN – Jornal Nacional, matéria referente ao livro “Assassinos da Lua das Flores”, do jornalista norte-americano David Grann, recordando os índios Osage, antigos proprietários das maiores reservas de petróleo dos Estados Unidos. O livro conta a investigação de Grann denunciando uma série de assassinatos com o intuito de retirar dos Osages a propriedade das jazidas de petróleo.

Mendigo milionário

Nesta, o assunto também diz respeito a tornar-se um milionário. Não o milionário feito da noite para o dia, mas antes o milionário tipo “tio Patinhas” (personagem de Walt Disney). Caso do pedinte que guardava moedinha por moedinha daquilo que ganhava esmolando.

A nota saiu na edição 1º/12/1929 da Tribuna. Veio da Espanha, onde um mendigo corcunda de origem alemã estava dando o que falar. Com sua morte descobriram que sua corcunda era apenas um recurso utilizado em sua atividade de esmoler. Era pura enganação! A deformidade de sua coluna vertebral, a curvatura de suas costas era falsa. Mais que a finalidade de causar alguma pena, ali estava o esconderijo de sua riqueza. Era um saco! E nesse saco “descobriram-se, escondidos, dez mil e quinhentos dólares, em valores diversos”, revela a nota e ironiza: “Naturalmente, o coitado morreu desanimado de chegar ao milhão que sonhava…”

O barômetro dos jardins

Esta, publicada na Tribuna de 20 de janeiro de 1929, certamente muito interessou aos leitores naquele tempo de quintais e jardins. Tratava-se de uma comparação, tipo sabedoria dos caboclos, dos antigos, envolvendo o procedimento das aranhas de jardins e um barômetro. Abaixo, o leitor confere a curiosa comparação conforme foi publicada na Tribuna:

“Este barômetro é uma simples teia de aranha. Quando o tempo estiver para ser de chuva ou de vento a aranha encolhe muito os últimos pés a que a teia está suspensa, e assim os deixa enquanto o tempo se mantém variável. Se o inseto estende os pés, é sinal de bom tempo e calmaria, cuja duração se verifica pela proporção em que ela alonga os pés.

Se a aranha ficar quieta é sinal de chuva. Se, ao contrário, se põe a trabalhar durante a chuva é porque esta será de pouca duração e seguida de tempo invariável.

Outras observações confirmam que a aranha faz transformações em sua teia todas as vinte e quatro horas: se essas transformações são à tarde, um pouco antes de por do sol, a noite será bela e clara”.

Nota. O barômetro é um instrumento científico de mercúrio inventado por Evangelista Torricelli em 1643, para medir a pressão atmosférica. Se você deseja prever se vai chover, uma maneira fácil é medir a pressão do ar com um barômetro. De maneira geral, se a pressão do ar estiver subindo ou alta, provavelmente será um bom dia. Por outro lado, caso a pressão estiver caindo ou baixa, é mais provável que o tempo estará nublado, chuvoso e com muito vento. (https://melhoresrespostas.com>biblioteca>artigo>read)

  • JN-Jornal Nacional Foto da capa do livro “Assassinos da Lua das Flores”
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  • Guia Animal