História : O histórico prédio da Educação
Desde o fim de junho deste ano a Secretaria de Educação e Cultura de Pindamonhangaba ocupa um prédio histórico localizado na esquina da Prudente de Morais com a Senador Dino Bueno.
Investimento da atual Administração Municipal visando a economia com aluguéis de prédios para o funcionamento de seus serviços, a histórica construção não só recebeu antes as reformas e adequações necessárias para sediar os setores que compõem a secretaria, com recebeu também a denominação de “Professor Luiz Sávio Neto”, homenageando com justiça um inesquecível e ilustre educador do município.
A história –
Rio Hotel
O prédio de interessante arquitetura que atualmente sedia a Secretaria de Educação – apesar das reformas e restaurações ocorridas ao longo das décadas – pode ser considerado uma das últimas reminiscências da época do Brasil Império, mais precisamente do 2º reinado.
Nos tempos que a Prudente de Moraes (que anteriormente chamava-se rua Conde D’Eu e, antes disso, rua Alegre) integrava o itinerário denominado estrada Rio/São Paulo, o sobrado foi o frequentado Rio Hotel. No local hospedavam-se os cansados viajantes que chegavam do Rio de Janeiro e de cidades como Aparecida, Guaratinguetá etc, e também aqueles que passavam em direção contrária.
Colégio
João Romeiro
Aqui nossa página de história abre espaço para recordar também nesta edição um pouco desta que foi uma das mais conceituadas escolas de Pindamonhangaba.
Em 1960, durante a administração municipal do Dr. Francisco Romano de Oliveira, o prédio foi adquirido pela Sociedade Civil de Ensino de Pindamonhangaba e ali se instalou o Colégio Comercial Dr. João Romeiro.
Estabelecimento de ensino que em1937 recebeu a autorização oficial para seu funcionamento de acordo com exigências do MEC-Ministério de Educação e Cultura. A entidade mantenedora do colégio, a Sociedade Civil de Ensino de Pindamonhangaba, foi fundada (e oficializada) oito anos depois, em 15 de março de 1945. Sua 1ª diretoria foi formada pelos seguintes professores: Fued Boueri (presidente), Alexandre Salgado (vice), Demétrio Ivahy Badaró, Manoel César Ribeiro, Maria Aparecida de Almeida Siqueira, Orlando Pires e Elza San Martin (membros). O diretor geral foi o professor Mário Bulcão Giúdice.
Nos tempos de sua fundação o colégio era denominado Escola Superior de Comércio. Seus diplomas equivaliam a certificados de nível superior, semelhantes aos das faculdades de Ciências Contábeis. Segundo o Dr. Francisco Piorino Filho, que atuou como presidente da entidade mantenedora do Colégio durante 26 anos e mais quatro como professor: “a escola deixou de ser considerada de nível superior porque o MEC extinguiu os cursos técnicos superiores, autorizando a criação das faculdades de Ciências Contábeis”.
Também foi por deliberação de órgãos superiores do ensino que sua antiga denominação de Escola Técnica de Comércio foi alterada para Colégio Comercial. No início a escola ministrava os cursos básicos e contabilidade, só a partir de 1970 é que passou a manter o curso de secretariado. Nesse mesmo ano, manteve o Ginásio Pindamonhangabense, sob a direção do professor Mário de Assis Cesar.
Primeiros formandos. A primeira turma de formandos da tradicional escola de comércio de Pinda teve os seguintes integrantes: Carlos Goffi Goulart, Orlando Pires, José Faria de Mello, Elza San Martin, Adil Claro, Orminda Pires, Elza dos Santos e Mafalda Schmidt.
Entre os inesquecíveis professores do Colégio Comercial estão: Orlando Pires, Oswaldo Marcondes Cesar (o capitão Marcondes), dr. Ângelo Paz da Silva, Rubens Zamith, João Martins de Almeida, Ismênia Monteiro de Oliveira. “Embora não seja possível citar o nome de todos sem correr o risco de omitir algum, não se pode deixar de lado outros antigos membros e tantos professores e funcionários que passaram pela escola, a maioria, o fazendo por idealismo”, acrescenta o professor Francisco Piorino.
Grêmio Estudantil. Piorino também foi, ao lado de Benedito Pires, Joaquim Braga, Joaquim dos Santos Sobrinho e Maria Helena da Silva, o fundador do Grêmio Estudantil 3 de Maio (órgão estudantil do colégio fundado a 3 de maio de 1957).
Antes de ocupar as dependências, já readaptadas, do antigo Rio Hotel, o Colégio Comercial funcionou em um prédio que existia na rua Marechal Deodoro, parte da área demolida para a construção do Clube Literário e Recreativo. Depois, por pouco tempo, funcionou nas escolas Dr. Alfredo Pujol e Dr. Rodrigo Romeiro.
O fim. Na primeira década do ano 2000, oferecia os cursos técnicos (duração 1 ano e meio): Contabilidade, Secretariado, Administração, Informática e Meio Ambiente. Em 2016, quando se encerrava sua trajetória na cidade, dispunha dos cursos de Técnico em Segurança do Trabalho, Técnico em Administração, Técnico em Meio Ambiente e Técnico em Logística. Também ministrava cursos de capacitação profissional com duração de 30 dias.
A interrupção de suas atividades é considerada um significativo desfalque para o ensino local, considerável perda para a população.