Vanguarda Literária : O MAIOR POETA ARGENTINO
JORGE FRANCISCO ISIDORO LUIS BORGES ACEVEDO ,festejado como o maior Poeta Argentino de todos os tempos, nasceu em Buenos Aires em 1899 e faleceu em Genebra ( Suiça) em 1986.Foi escritor, Poeta, Ensaísta, Crítico Literário ,Diretor da Biblioteca Nacional da República da Argentina e Professor da Universidade de Buenos Aires. Era fluente em várias línguas. Renovou a linguagem de ficção e descortinou horizontes para uma geração de romancistas hispano-americanos. A sua ampla obra abrange temática diversa como: filosofia, poesia e teologia sendo sua bibliografia extensa, e, aqui destaco duas obras suas importantíssimas:” FICCIONES”(1944) e “ ALEPHOS”( 1949),trabalhos encaixados em literatura fantástica. Vítima de cegueira progressiva, criou novos símbolos literários por meio de sua fértil e fantástica imaginação e, sempre dizia: “ Os poetas, como os cegos, podem ver no escuro “.
A produção poética de JORGE LUIS BORGES se intensificou a partir da década de 50 ,e , nesse gênero, publicou:” A CIFRA” ( 1981), “ ATLAS” ( 1984) E “ OS CONJURADOS” ( 1985) sendo esta a sua última obra. A sua linguagem é erudita, na sua obra se percebe a universalidade das suas idéias e muita originalidade.
Recebeu prêmios e inúmeras distinções como o PRÊMIO CERVANTES em 1980. Foi traduzido em mais de vinte e cinco idiomas sendo reconhecido pelos seus contemporâneos pelo seu esmero incansável. Dizem os estudiosos que BORGES perdeu a oportunidade de ser agraciado com o Prêmio Nobel de Literatura ao apertar a mão do ditador chileno Pinochet, e, 1976, no encontro em que foi condecorado, mas, sem dúvida, se imortalizou na língua espanhola moderna. A mim, encanta-me esta bela página sobre a brevidade da vida, que deve ser lida com profunda reflexão:
“ INSTANTES”.
“Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais. Seria mais tolo ainda do que tenho sido, na verdade, bem poucas coisas levaria a sério. Seria menos higiênico. Correria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios. Iria a mais lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvete e menos lentilha, teria mais problemas reais e menos imaginários. Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente cada minuto da vida. Claro que tive momentos de alegria. Mas, se pudesse voltar a viver, trataria de ter somente bons momentos. Porque, se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos, não percas o agora. Eu era um desses que nunca ia a parte alguma sem um termômetro, uma bolsa de água quente, um guarda-chuvas e uma para-quedas. Se voltasse a viver, começaria a andar descalço no começo da primavera e continuaria assim até o fim do outono. Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças, se tivesse outra vez uma vida pela frente. Mas, já viram, tenho oitenta e cinco anos e sei que estou morrendo”. Portanto, ao ler esse texto ,creio que cada um de nós, meros mortais, muitas vezes presos ‘as correntes da vaidade tola, perdemos a oportunidade única de viver bem a curta passagem pelo nosso planeta. BORGES falou, certa vez em uma entrevista: ”Realizar um sonho é construir uma parcela da nossa eternidade”. Assim cabe-nos empreender esforços para essa construção.