Registro Cultural : O professor Orlando Pires e a Escola de Comércio
Registro Cultural hoje relembra o inesquecível professor Orlando Pires, um dos grandes mestres que passaram por Pindamonhangaba e, devido à contribuição que deram à educação local, têm seus nomes imortalizados em ruas, demais logradouros públicos, entidades e instituições. “Professor Orlando Pires” é homenageado com a denominação da Escola Municipal localizada no bairro do Bonsucesso, na rodovia Dr. Caio Gomes Figueiredo, 5.161.
Agora no mês de abril completam já 17 anos de sua partida para o plano espiritual. E como recordar-se do carismático mestre sem que nossas reminiscências não se voltem para uma escola onde ele lecionou e foi diretor por duas décadas: o Colégio Comercial “Dr. João Romeiro”, instituição de ensino que, infelizmente, foi extinta.
Essa memorável escola, cujo prédio histórico, localizado na esquina da Prudente Morais com a Senador Dino Bueno – apesar das reformas e restaurações ocorridas ao longo das décadas – pode ser considerado uma das últimas reminiscências da época do Brasil Império, mais precisamente do 2º reinado e hoje abriga a Secretaria Municipal de Educação.
Orlando Pires teve participação na origem desse estabelecimento de ensino, que teve em 1937, a autorização oficial para seu funcionamento de acordo com exigências do MEC-Ministério de Educação e Cultura, mas sua entidade mantenedora, a Sociedade Civil de Ensino de Pindamonhangaba, foi fundada (e oficializada) oito anos depois, em 15 de março de 1945. Sua 1ª diretoria, que teve como presidente o professor Fued Boueri, vice o professor Alexandre Salgado, e diretor geral o professor Mário Bulcão Giudice, constava entre seus membros o nome de Orlando Pires, assim como de outros mestres: Demétrio Ivahy Badaró, Manoel César Ribeiro, Maria Aparecida de Almeida Siqueira e Elza San Martin.
O professor Orlando Pires se orgulhava dessa escola profissionalizante de qualidade comprovada, que atendia aos anseios da população e que nos tempos de sua fundação foi até denominada Escola Superior de Comércio. Seus diplomas equivaliam a certificados de nível superior, semelhantes aos das faculdades de ciências contábeis. Segundo o escritor dr. Francisco Piorino Filho, que foi atuante presidente da entidade mantenedora do colégio durante 26 anos e mais quatro foi seu professor: “a escola deixou de ser considerada de nível superior porque o MEC extinguiu os cursos técnicos superiores, autorizando a criação das faculdades de Ciências Contábeis”.
Orlando Pires, o mestre, partiu antes da escola. Morreu aos 84 anos, deixando um exemplo de amor e dedicação à arte do ensino e de cidadão compromissado com o município de Pindamonhangaba nas demais atividades que exercia com igual sabedoria nesta, muito bem definida pelo escritor Monteiro Lobato, “terra roxa do saber e da aptidão”.