Os bravos guerreiros da Guarda do Príncipe

No dia 7 de setembro deste ano de 2022, o Brasil festejará com desfiles, eventos e demais comemorações, o Bicentenário da Independência, ou seja, os 200 anos da Proclamação da Independência.

Pindamonhangaba, nossa terra querida, merece ser sempre lembrada e reconhecida pela importante participação de seus filhos em diversos acontecimentos da história do Brasil. Na independência de nossa pátria amada não foi diferente.

Com orgulho, relembraremos os nomes desses pindamonhangabenses que estiveram às margens do rio Ipiranga e libertaram o Brasil ao lado do imperador Dom Pedro I.

Tudo começou no dia 14 de agosto de 1822. Data em que o príncipe Pedro I saiu do Rio de Janeiro com sua cavalaria, a sua Guarda de Honra, para uma viagem até São Paulo, onde sua presença era necessária.

Era uma viagem longa. O imperador e sua comitiva teriam que atravessar o Vale do Paraíba. Na travessia iam parando pelas cidades do caminho. Nessas cidades, naquele tempo chamadas vilas reais, já os esperavam para recebê-los os fazendeiros produtores de café, produto que era a riqueza do Brasil na época.

As paradas eram necessárias para descanso, alimentação e pouso. Certamente, nessas paradas havia também a preocupação com o descanso, a comida, a água e os cuidados com os animais, as montarias. Só assim poderiam continuar a viagem no dia seguinte.

Nas vilas em que faziam paradas sempre havia, entre os moradores, integrantes da Guarda do Imperador. Eles aguardavam em suas vilas a passagem da cavalaria real para também seguir com D. Pedro rumo a São Paulo.

A chegada na Vila Real de Pindamonhangaba, segundo conta Athayde Marcondes em seu livro “Pindamonhangaba Através de Dois e Meio Séculos”, foi no dia 21 de agosto de 1822. Aqui, D. Pedro era esperado para pernoitar num sobrado que existia em frente à praça Monsenhor Marcondes. Ali residiam o monsenhor Ignácio Marcondes de Oliveira Cabral. Foi em sua homenagem que tempos depois a praça em frente passou a ser “Praça Monsenhor Marcondes”. Com ele, morava seu irmão, coronel Manuel Marcondes de Oliveira e Mello. Infelizmente, essa residência foi demolida em 1940. Ficava na esquina da rua Deputado Claro Cesar com a rua dos Andradas e, no local foi construída uma casa de comércio.
Dr. Francisco Piorino Filho, em seu livreto chamado “Os Pindamonhangabenses da Guarda de Honra de Dom Pedro”, revela pra gente que em Pindamonhangaba o príncipe passou parte do dia 21 e quase todo o dia 22 de agosto de 1822, “… só à tardinha seguiu para Taubaté”.

Foi de nossa cidade que partiu o maior número dos “guerreiros” que durante a viagem iam se apresentando para compor a Guarda de Pedro I. Aquela guarda corajosa que, segundo historiadores, na tarde de sábado do dia 7 de setembro de 1822, esteve ao lado do imperador quando ele tomou a decisão de que o Brasil não mais seria “terras de Portugal”.

Pindamonhangabenses da Guarda de Honra

1. Manuel Marcondes de Oliveira Mello, segundo comandante da Guarda de Honra e 1º Barão de Pindamonhangaba)
2. Adriano Gomes Vieira de Almeida
3. Antonio Marcondes Homem de Mello
4. Benedito Correa da Silva Salgado
5. Domingos Marcondes de Andrade
6. Francisco Bueno Garcia Leme
7. João Monteiro do Amaral
8. Manuel de Godoy Moreira e Costa
9. Manuel Ribeiro do Amara
10. Miguel de Godoy Moreira e Costa

Para concluir, os primeiros versos da canção de Francisco Manuel da Silva com letra de Osório Duque Estrada. Versos que retratam e para sempre relembrarão aquele dia 7 de setembro de 1822:

“Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
de um povo heroico o brado retumbante,
e o sol da Liberdade, em raios fúlgidos,
brilhou no céu da Pátria nesse instante…”

Altair Fernandes é jornalista, poeta e escritor. Ocupa a Cadeira 20T, Pedro Leão Veloso Neto, da Academia Pindamonhagabense de Letras.

  • Reprodução Manuel Marcondes de Oliveira Mello. Óleo sobre tela de Hélio Hatanaka
  • Reprodução Sobrado em que pernoitou D. Pedro em Pindamonhangaba, de 21 para 22 de agosto de 1822, pertencente a Monsenhor Marcondes
  • Reprodução Litografia de D. Pedro I feita por Sebastien-Auguste Sisson