Nossa Terra Nossa Gente : PARQUE DA CIDADE: Santuário ecológico, cartão postal de Pindamonhangaba
O portal de entrada do Parque da Cidade nos convida a um passeio pela história de Pindamonhangaba, mais precisamente, pela história do Haras Paulista, fundado em 1911 pelo Governo do Estado de São Paulo para abrigar a criação de cavalos para a remontada Força Pública do Estado e, um século depois, em 2014, houve a criação deste magnífico espaço de descanso e lazer aos munícipes e turistas de nossa cidade.
Todos os dias pela manhã vou ao Parque da Cidade respirar o ar puro, ouvir o canto dos pássaros, exercitar-me. As pistas de caminhada e de ciclismo circundam um bosque de árvores centenárias e suas trilhas, um pomar de frondosas jabuticabeiras, um riozinho que atravessa toda a extensão da propriedade, as quadras de vôlei e futebol de areia, a rampa de skate e motocross, o estacionamento de carros e bicicletas, as antigas residências de administradores e funcionários do Haras Paulista, bem como as extintas cocheiras e baias.
Sob aquele chão centenário há uma história anônima de homens e mulheres que nos áureos tempos lá viveram.
Enquanto caminho fico a pensar nessas pessoas, nas diversas tarefas que realizaram ao longo de suas vidas para que hoje pudéssemos desfrutar de tão privilegiado espaço. A todas elas dedico a minha e a nossa gratidão: às mãos que construíram as edificações, as que administraram a fazenda; as que plantaram as árvores e arquitetaram os jardins; as que alimentaram cavalos e, anos depois, as que zelaram por um dos maiores rebanhos bovinos da cidade; as que ensinaram o “bê-a-bá” às crianças da Escola Rural do Haras Paulista e, hoje, às mãos que varrem e constroem as novas benfeitorias e as que administram este patrimônio ambiental de nossa terra, nossa gente.
Enquanto caminho, fico a imaginar o Parque da Cidade como um espaço permanente de educação dos sentidos, das crianças e seus pais, de alunos e seus professores, de homens e mulheres. Para isto, antevejo uma caravana de crianças e jovens aprendendo a olhar, a sentir o cheiro da terra, a identificar o som das diversas espécies de aves, o barulho do rio, o vento que sopra as folhas, o caminho das formigas… Fico a imaginá-las sentados no coreto, numa roda de conversa, expressando o que viram, ouviram, sentiram e, por fim, registrando suas impressões através de desenhos, esculturas, músicas, escritos.
Também antevejo o Parque da Cidade como um espaço permanente de exposições artísticas (quadros, fotografias, esculturas), de saraus (música, teatro, dança, poesia) e, particularmente, como um grande Jardim Botânico, viveiro de flores e árvores frutíferas que possam atrair ainda mais espécies para este parque de rara beleza.
Nas casas em que Geraldo Alckmin Filho e sua família lá viveram durante o período em que seu pai, Geraldo Alckmin, administrou a fazenda (1953 – 1967), meus olhos se adiantam no tempo e nelas vejo um admirável Centro Cultural, abrigo de uma exposição permanente da história do Haras Paulista e da criação do Parque da Cidade e, também, a Biblioteca do Vale do Paraíba, contendo um acervo específico de obras de escritores da/sobre a região vale-paraibana.
Para isto, carecemos de mãos generosas que se entrelacem, mãos da esfera pública e privada, que se unam e trabalhem em prol da história e da cultura de nossa cidade e, sobretudo, da salvaguarda deste santuário ecológico, cartão postal de Pindamonhangaba! Toda manhã, eu participo de sua história. Toda manhã eu sonho. Como poeta, essa é minha única humanidade. Como educadora, ofereço meus sonhos, meu trabalho, minhas mãos.