Vanguarda Literária : PERPÉTUA: TALENTO E LIRISMO…
Tenho em mãos o primoroso livro “PARA NÃO ESQUECER DE CONTAR…” de autoria da amável escritora e poetisa da inesquecível Limoeiro do Norte, a “Princesa de Jaguaribe”, nosso amado torrão natal, encravado no sertão da Terra da Luz.
PERPÉTUA EDUARDO BEZERRA DE CASTRO que é acadêmica da atuante e conceituada Academia Limoeirense de Letras, à qual tenho a elevada honra de pertencer, destacada pediatra na capital cearense, logo nas primeiras páginas, mergulha com muito sentimento e lirismo na sua bela História de Vida, numa louvação evocativa da exemplar família de onde provém e da família que constituiu. Assim, constatamos que ela colhe motivos de inspiração na sua própria vida subjetiva e também na grande natureza humana que nos rodeia. De imediato, emociona o leitor com expressivos poemas evocativos, tais como:” Carnaubeiras do meu Vale”, “Um sonho com o Jaguaribe”, “Tempos de infância” e “ Meia lua”. Há, em cada página escrita, a poetisa que derrama simpatia à volta de si mesma, como as rosas trescalam o seu odor sem darem por isso. E, assim, essa afinidade afetiva se prolonga em harmoniosa sequência de rítmos agradáveis que destacam o que escreve com tanta propriedade. Como diria um dos maiores escritores cearenses de todos os tempos – Gustavo Barroso, que pertenceu à Academia Brasileira de Letras: “É o sangue dos trópicos na seiva e na mata”, que observamos na eclosão de vitalidade da sua narrativa e de seus versos.
O Filósofo Existencialista Francês Maurice Merleau Ponty tinha um conceito profundo: ” O artista procura a arte na vida, sendo a arte a expressão emotiva da vida”. E, não é esse fato significativo que apreciamos nos versos musicais da Poeta-Pediatra PERPÉTUA? Sim! de seus poemas , ora leves, ora fortes e intensos, brota aquela inquietação espiritual que conduz à reflexão e se desvela numa sequência musical de rítmos coloridos que ressoa na rocha florida da floresta do sentimento.
Por fim, é importante destacar a demonstração de talento-lirismo da escritora, quando, com muita criatividade e competência, escreve “ Ode ao Padre Pitombeira”, Grande mestre de todos nós, que se encantou recentemente, poema esse todo escrito com a letra P ! Vejamos esse trecho final:
“Permita-me, Padre Pitombeira
Perorar, Perolando Palavras
Perpetuar Poesia”
Saúdo, com humildade, “PARA NÃO ESQUECER DE CONTAR”, obra que nos traz alento e confiança na força da Poesia, nesse momento tão violento e conturbado da História Humana. Sempre é tempo de sonhar e de cultuar a Arte e o Belo !