Pioneiro na América Latina, estudo trata depressão de idosos por meio de parceria com o SUS
Com o auxílio dos agentes comunitários de saúde e de técnicos de enfermagem do Programa de Saúde da Família, um projeto pioneiro na América Latina buscou identificar e tratar idosos com depressão.
A iniciativa é resultado de um estudo piloto conduzido por pesquisadores do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (Fmusp) e da London School of Hygiene & Tropical Medicine e teve apoio da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e do Medical Research Council do Reino Unido.
A principal proposta do estudo é identificar e tratar os idosos por meio de cuidado colaborativo em unidades do SUS (Sistema Único de Saúde). Denominado ProActive, o projeto envolveu o treinamento das equipes de saúde e o desenvolvimento de um sistema de interação com idosos por meio de aparelhos de tablets.
A pesquisa envolveu 58 idosos da capital paulista, cadastrados em uma UBS (Unidade Básica de Saúde), e com diagnóstico de depressão. Desses, 33 receberam a intervenção do estudo – com atendimento em domicílio – e os outros 25 continuaram com o tratamento convencional, que já recebiam na unidade.
A proposta é incorporar o programa ao SUS
O resultado da pesquisa apontou que, depois de cinco meses de intervenção em domicílio, 87% dos pacientes atendidos apresentaram melhora significativa nos sintomas, chegando a reverter o quadro depressivo.
A iniciativa foi coordenada pela professora do Departamento de Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, Márcia Scazufca. Segundo ela, “no Brasil, idosos com depressão não são identificados e, geralmente, não são tratados”.
A ideia é dar continuidade ao estudo acrescentando mais idosos ao programa: a proposta é chegar a mil pessoas avaliadas e atendidas para testar a efetividade do ProActive em larga escala e a viabilidade de sua incorporação pelo SUS.