Vanguarda Literária : POESIA E CRISE
Para os estudiosos de Teoria Literária, enfocando o século XX, o discurso de crise é um dos marcos fundadores da Modernidade. Tempos modernos. Literatura em crise. Ninguém lê poemas muito menos reflete sobre eles. Eis fragmentos do discurso pessimista no contexto literário atual, e, o que sabemos, é que a Poesia nela encontra lugar, pois parece nascer ou se alimentar da tal crise. E, não são os Poetas e Escritores os primeiros a insistir nesse diagnóstico terrível, ameaçador, ou mesmo um prognóstico de ameaça da extinção da Literatura em geral, e da Poesia em particular? Verdade é que a Poesia tem muito a ver, possui um lugar de destaque, diríamos, até privilegiados na tal crise, uma vez que é nela onde esta é efetivamente vivenciada, sendo, portanto, a nossa vivência do poético angustiante, massacrante dos tempos modernos. Isso me levar a crer que os poetas não podem colocar em espaços diferentes, o pensamento e a reflexão crítica, as denominadas práticas reflexivas e de escrita.
Observamos em Poemas de muitos autores, nos seus ritmos, estruturações, configurações, esse estado de crise. E, porque esse fenômeno na Poesia e não nos textos de Crítica Literária? Creio que, por uma razão muito evidente: textos científicos são mais formais, vem com o tal “tom acadêmico” e na forma poética há um movimento de instabilidade, as formas estruturais não estão “engessadas”.
O que será que ocorre com os Poemas? Nela abre-se um imenso leque de possibilidades de ser, de dizer o que se sente, de outros modos e até sem o excesso de palavras. Convém observar que as palavras, na maioria dos Poemas , escorrem, correm, qual um rio em movimento no qual apreciamos forças de fluxo, refluxo, e transbordamento.
Uma vez colocado isto, entramos no fértil terreno das ligações entre a Filosofia e a Poesia. Para aprendermos um pouco mais, torna-se impiedoso estudar a linguagem do Poeta e Filósofo Jacques Derrida, franco-magrebino (Argélia – 1930-Paris – 2004) que muito escreveu sobre Filosofia da Linguagem, e, iniciou nos anos 60 a DESCONSTRUÇÃO DA FILOSOFIA em síntese, uma tentativa de reorganizar, de certa forma, o pensamento do ocidente, perante uma variedade de contradições e desigualdades, sendo considerada uma “estratégia” de decomposição para a metafísica do mundo ocidental.