Praga e possibilidades

Todos os dias tenho me deparado com um tipo de praga que acomete o ser humano, nos últimos tempos: o sofrimento. Feito doença infecciosa epidêmica, a praga se alastra e rouba vidas. E o desconforto absurdo é coletivo. Às pessoas, faltam o ar e a pulsão de vida.
Pílulas para dormir e para ficar atento, pílula para ereção, e mais pílula para pressão alta. Bombinhas para respirar, uso da internet e de drogas, em excesso, para esquecer. Compulsão alimentar já que a dor é muito grande e a carência ninguém sacia. Bulimia por conta da culpa e do exagero, e o ciclo se repete. E mais compulsão, mais culpa, mais dor. E um ciclo sem fim, de sofrimento. A vida se tornou um martírio.

No primeiro ano da pandemia de COVID-19, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou em 25%, de acordo com um resumo científico elaborado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Na atualidade, a maioria das pessoas com as quais me deparo, quase que diariamente, e atendo, escuto, acolho, algumas eu convivo, ecoutras sequer sei o nome; mas o olhar apurado e atento da terapeuta não poderia deixar de observar e detectar no corpo do outro, no olhar, na postura, no caminhar, no jeito de sentar, na fala, no não-dito: a depressão, a tristeza, a ansiedade, a desesperança e a angústia existencial.

“Distúrbios psicológicos e psiquiátricos representam quatro das dez principais causas de incapacitação mundial. (…) A depressão é a principal causa de incapacidade no mundo, sendo um transtorno mental muito frequente que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) (2020), atinge mais de 264 milhões de pessoas no mundo. Morrem, a cada ano, aproximadamente 800 mil pessoas por suicídio atribuído à depressão, sendo essa a segunda maior causa de morte de pessoas com idades entre 15 e 29 anos. Os problemas de saúde mental já são considerados as doenças do século 21, com destaque para a depressão, que poderá ser a doença mais comum do mundo até 2030, segundo a OMS (Sociedade Brasileira de Clínica Médica, 2009)”. (fonte:///C:/Users/Usu%C3%A1rio/Downloads/ecapistrano,+RPDS+v11_4038.pdf)

Vivemos num mundo caótico, onde a dor crônica, a fibromialgia, as crises existenciais dão sentido à vida. Pessoas enredadas em seus problemas e na dimensão das suas vidas e histórias, muitas vezes, marcadas por perdas, doenças na família, rupturas, recomeços, necessidades de toda ordem, desde a financeira, até a afetiva. Não há luz no fim do túnel para elas. Não há possibilidade de enxergarem uma nova forma de viver. A infelicidade e a crise de ansiedade, abundante, de todo dia rouba o sono e a fome.

O discurso pautado pela dor e angústia é, então, remediado: Sertralina, Fluoxetina, Carmazepina, Losartana, Rispiridona, Ritalina, Citrato de Sildenafila, Clonazepam, Alprazolan, Bupropiona, etc. Coloca-se, então, um pouco de luz e esperança no sujeito e em seus familiares.

“É muito importante, que seja considerado, pelo psicoterapeuta e pelo psiquiatra, o desejo do paciente em tomar, ou não, a medicação quando esta se torna necessária para ele. Por isso, a necessidade de examinar os aspectos subjetivos desse paciente sobre o seu tratamento medicamentoso (SAFFER, 2007). Mas a medicação, por si só, muitas vezes, não dá conta. É preciso dar escuta ao sujeito. Escutar, inclusive, o seu silêncio. O setting terapêutico e suas possibilidades. Psicologia como protagonista na escuta do sujeito. Aliar, em alguns casos, psicofarmacologia e psicoterapia, os resultados são mais promissores. As intervenções psicofarmacológicas objetivam limitar ou atuar de forma a prevenir o comprometimento mental, social ou psicológico do paciente. Essas intervenções devem ser feitas usando uma combinação de psicofármacos e intervenção psicoterápica vigorosa (CABRAL, 2005). Desta forma, é importante a ação medicamentosa aliada à psicoterapia para reduzir o impacto do adoecimento, limitando e prevenindo-o, evitando assim um comprometimento na vida do sujeito” (TENGAN; MAIA, 2004).

Os psicofármacos, na busca do alívio do sofrimento, auxiliam na capacidade da elaboração da angústia (BENIA, 2005). Além disso, os pacientes com níveis moderados de sofrimento psíquico mantêm a adesão da psicoterapia e os com níveis muito elevados de sofrimento, afetam a motivação e o envolvimento na psicoterapia (BARREIROS, 2012
(Fonte: https://doi.org/10.22409/1984-0292/v30i2/5568)

Eu, anseio, sinceramente por um mundo melhor. Sei que nem todos nós podemos realizar um tratamento psiquiátrico ou psicoterápico, por “n” motivos: disponibilidade de vagas no SUS, condições financeiras, comprometimentos da própria condição de saúde, crenças, etc. Porém, existem práticas bastante benéficas disponíveis no SUS da nossa cidade para a prevenção no âmbito primário, secundário e terciário: as Práticas Integrativas e Complementares, tais como: Yoga, Auriculoterapia e Meditação, por exemplo. Informe-se e experimente. A Ciência e a prática têm demonstrado os resultados para a qualidade de vida dos seus praticantes.

No segundo e quarto Domingo do mês, eu ofereço práticas de Yoga e Meditação no Bosque da Princesa. É gratuito. É por amor. Para se inscrever: 12 982881021 (whatsapp)
Desejo a todos, paz. Com amor, Daya.

  • Daniela Araújo - “Daya, Terapeuta da Alma” é Psicóloga, idealizadora do Instituto Daya Shakti, atua na área de Saúde Integrativa do município