Premiado, artista de Pinda vai expor sua obra na Itália

O artista Pedro Wirz, vencedor da edição 2023 do Bally Artist Award, terá sua obra de arte exposta a partir do dia 4 de junho no salão do Palazzo Reali “Imunidade diplomática”, na Itália.

Nascido em Pindamonhangaba, em 1981 e morando em Zurique, o artista conquistou o prestigioso prêmio com uma obra que questiona as prerrogativas de classe, o poder hierárquico e as posições arquetípicas e imutáveis da sociedade. Posições que, na instalação de Pedro Wirz, se configuram em 12 esculturas de diversos tamanhos que remetem a cargos de comando – um rei, um presidente, um papa, um rabino etc. – cada um dos quais reflete uma hierarquia particular de poder, seja ele econômico, religioso, político ou sociocultural.

Contrariando o suposto papel de poder, as esculturas são feitas com restos dos mais diversos materiais, recolhidos pelo artista em seu ateliê. Esta abordagem é inspirada no Merzbau do artista construtivista Kurt Schwitters e, portanto, na ideia de montagem e escultura precária. Ao mesmo tempo, o método de acumulação remete aos ciclos de crescimento e esgotamento contínuos do capitalismo, enquanto a estética precária lembra símbolos de poder que caíram em decadência.

Os visitantes da exposição terão espaço suficiente para se movimentar, enquanto os bustos quase se tornam obstáculos a serem cuidadosamente evitados. Mesmo com sua presença física, a obra expressa, portanto, a dicotomia entre competição e cooperação e questiona o significado de uma “sociedade mais sustentável”, muitas vezes vista sob uma perspectiva exclusivamente econômica.
“Para empreender uma existência mais sustentável, devemos enfrentar a realidade e as dificuldades da convivência. Temos que ir muito além de nossas vidas, de nossos desejos e de nossa vaidade, e até mesmo além do legado de um nome de família, ou dos princípios promovidos por líderes religiosos ou figuras mitológicas. Devemos pensar não como indivíduos, mas como espécie, ou seja, como habitantes da terra, como terráqueos, como seres vivos destinados a coexistir simultaneamente e com respeito”, explica Pedro Wirz.

Também estarão em exibição três relevos de parede, que pertencem a uma série iniciada em 2019 com a qual o artista investiga os vínculos entre o orgânico, o sintético e o tecnológico e como sua contaminação está alterando o ambiente em uma batalha contínua entre extinção e renovação.

O artista

Pedro Wirz nasceu em Pindamonhangaba,vive e trabalha em Zurique, na Suiça; inspira-se na história cultural, ciência, artesanato e folclore. Entre as exposições pessoais mais recentes estão as da PHILIPPZOLLINGER (Zurique, 2023); Kai Matsumiya (Nova York, 2022); Kunsthalle Basel (2022); Marc Selwyn (Los Angeles, 2020); Galerie Nagel Draxler (Berlim, 2019); Centre Culturel Suisse (Paris, 2019); Kunsthaus Langenthal (2019); LongTang (Zurique, 2019) e Instituto Tomie Ohtake (San Paolo, 2017). Wirz também participou de inúmeras exposições coletivas, como no Centre d’Art Contemporain Genève (2023); Aargauer Kunsthaus (2019); Centro Pasquart (2018); Projetos em Branco (Cidade do Cabo, 2018); Museu Tinguely (Basileia, 2016); CCS Bard Hessel Museum of Art (Nova York, 2015); Kunstlerhaus Stuttgart (2013); Dortmunder Kunstverein (2013); Palais de Tokyo (Paris, 2013) e Kunsthalle Basel (2011).Legenda 2: O artista Pedro Wirz venceu a edição 2023 do Bally Artist Award e terá sua obra de arte exposta no salão do Palazzo Reali “Imunidade diplomática”, na Itália.

  • Divulgação. A obra que estará em exposição é uma instalação onde se configuram em 12 esculturas de diversos tamanhos que remetem a cargos de comando – um rei, um presidente, um papa, um rabino etc. – cada um dos quais reflete uma hierarquia particular de poder, seja ele econômico, religioso, político ou sociocultural
  • O artista Pedro Wirz