Professora foi mãe em três décadas diferentes
Renata Galvão experimentou a maternidade em três décadas diferentes. Ela foi mãe pela primeira vez em 1997, aos 17 anos, de Ana Beatriz. Quase dez anos depois, aos 26 anos, teve sua segunda filha, a Helena. Ano passado, com 36 anos, engravidou pela terceira vez, quando nasceu o Judá.
Hoje, entre fraldas, mamadeiras, conversas com uma filha pré-adolescente e palpites na escolha profissional de outra, ela não se arrepende dos intervalos entre os três filhos.
Renata conta que as diferentes gestações serviram para torná-la uma mãe mais atenta e, ao mesmo tempo, menos paranóica. Mas ela ressalta que criar filhos com idades tão diferentes é um desafio. “Principalmente por conta da internet, tudo mudou. A Ana Beatriz só teve contato com as redes sociais na adolescência. Então era mais fácil ‘controlar’ as informações que ela recebia. Já a Helena, ainda na infância teve contato com o mundo virtual e eu tive que ficar mais atenta a tudo que ela acessava para acompanhar e filtrar o que ela recebia de informações. Com o Judá, ele já sabe desbloquear a senha do celular para brincar. Ele pede para ver e mexe em tudo. Então tenho que ter uma outra abordagem para acompanhar esse novo ritmo. Para isso, leio muito e busco ajuda em livros e profissionais.
Para a psicopedagoga Arlete Aquino Dal Pino, esse é o melhor caminho para as famílias com filhos de diferentes idades. “Os pais devem elaborar um plano de ação porque é essencial buscar auxílio de profissionais qualificados, leitura especializada ou com a tecnologia, como por exemplo, vídeos na internet”, aconselha Arlete, que tem o canal de vídeos do Youtube Mãe Girafa e a página Mãe Girafa (www.facebook.com/maegirafa/), de temas relacionados à maternidade.
Para Arlete, uma das armadilhas que devem ser evitadas é sobrecarregar os filhos mais velhos. “É importante refletir se o filho mais velho tem a responsabilidade de cuidar do seu irmão menor. Esta é uma das causas de conflitos que persistirão por toda vida adulta. Afinal, mais importante do que a diferença entre as faixas etárias é percebermos e atendermos as necessidades de cada um”, explica a profissional.
No caso de Renata, esse cuidado tem sido observado pela família. “As meninas adoram ajudar no dia a dia e paparicam muito o Judá, mas toda a responsabilidade é minha e do pai. Elas, como irmãs amorosas, me dão um suporte quando preciso e enchem a vida dele com mais amor”, derrete-se a mãe.