Projetos ambientais querem mudar o cenário urbano
Dentro das ações de comemorações do aniversário de 135 anos do jornal Tribuna do Norte está a parceria com universidades buscando a colaboração de estudantes do curso de Jornalismo com matérias e reportagens de cunho científico. A proposta é explorar a capacidade crítica, a coesão, a criatividade e, sobretudo, a contribuição para a difusão da ciência em sala de aula e em campo.
Com a temática “Nós e a Ciência, Evolução e Harmonia”, os estudantes do Centro Universitário Teresa D’Ávila – UniFatea desenvolveram uma série de reportagens e de textos sobre produtos, aplicativos, serviços, processos, locais e histórias acontecidas em nossa região. Confira a primeira matéria da série de reportagens:
A organização do espaço urbano é algo cada vez mais necessário nos dias atuais, pois a maioria dos cidadãos vive em grandes aglomerados populacionais, em uma verdadeira selva de pedra. Sabemos que é difícil encontrar alguns lugares verdes que sejam amplos e voltados para o conforto do cidadão.
Por causa das necessidades urbanas, associações ou por órgãos públicos desenvolvem projetos para melhorar a qualidade ambiental e também a qualidade de vida da população.
Nesta matéria serão apresentadas ações feita por uma ONG e uma escola pública. Ambas pretendem modificar o cenário ambiental aumentar o contato direto das pessoas com a natureza.
Comprometida especialmente com o meio ambiente, a Associação Corredor Ecológico tem como objetivo transformar a paisagem do Vale do Paraíba. Desde 2011, a organização realiza atividades de reflorestamento com mudas de árvores nativas, que no futuro, contribuirão para um possível equilíbrio ambiental na região.
Com 240 hectares já reflorestados, em cidades como São José dos Campos e São Luiz do Paraitinga, a meta da Associação está apenas no início. Há o planejamento de reflorestar aproximadamente 6.000 hectares em toda região do Vale do Paraíba.
Essa restauração ambiental acontece de maneira lenta e funcional. Primeiro são plantadas as árvores que irão estruturar o local, para somente depois a área receber espécies mais vigorosas. Assim, é possível recriar um bioma num local onde era apenas utilizado para pasto.
“O ganho ambiental e a ação ecológica da floresta é muito importante”, diz a engenheira ambiental Mariana Ferreira. “Além de ajudar a combater o aquecimento global, o desenvolvimento ecológico coopera para que a vegetação nativa seja mantida por bastante tempo”.
Além disso, a floresta também pode auxiliar na retenção de água no solo. Portanto, há a diminuição do processo de acionamento de corpos hídricos, usados para casos mais urgentes.
A Concessionária Tamoios que opera e faz a manutenção da Rodovia Tamoios, que interliga São José dos Campos a Caraguatatuba, atualmente está duplicando o trecho de serra. Para reduzir os impactos causados pelas obras da rodovia, financia ações de plantio, com o principal objetivo de fazer a compensação ambiental. Ou seja, ao modificar a rodovia, é feita o plantio de mudas de árvores em locais estratégicos.
Segundo o assessor de comunicação Marcos Elias Galvão, esse projeto tem sido reconhecido pelas autoridades ambientais do estado de São Paulo como modelo exemplar.
Até o momento, a Concessionária Tamoios já reflorestou o total de 100 hectares, desde outubro de 2016. “Com o projeto do corredor ecológico, no futuro, colheremos os frutos desse trabalho, que irá oferecer uma qualidade de vida melhor para a população”, reforça Galvão.
Na cidade de Roseira – SP, um trabalho com crianças em uma escola situada num bairro carente tem o intuito de afastá-las das ruas, através do cultivo de hortas. O trabalho já é feito há, pelo menos 7 anos, pela professora de ciências Maria Cecília Camargo Ribeiro.
Atendendo 130 crianças do 1° ao 5° ano com idade de 5 a 11 anos que estudam em tempo integral, o projeto ensina a plantar e a colher várias hortaliças como alface e cenoura.
O plantio das hortaliças é feito em pneus e em garrafas pets. Além da prática proporcionar aos alunos uma experiência diferenciada, é benéfico também para o meio ambiente, já que são produtos livres de agrotóxicos.
O financiamento ocorre através da escola, com a colaboração da prefeitura, bingos e recebe auxilio do programa Mais Educação.
“O projeto é indisciplinar. As crianças aprendem um pouco de tudo e as mudanças foram notadas com o tempo. Os que não comiam verduras e legumes, hoje comem pois querem saber se é gostoso o que plantaram. Tudo que recolhem é levado para casa ou faço com eles culinária e usamos o que é produzido”, disse Maria Cecília.
A mudança de comportamento das crianças também influencia nos hábitos alimentares e comportamentais dentro da própria família. Do mesmo modo que um adulto pode influenciar uma criança, a criança pode influenciar um adulto também.
“Fazemos um trabalho com lagartas também. O que seria uma praga para a plantação, as crianças levam para a casa para ver toda a metamorfose”, afirmou Maria Cecília.
De acordo com a pedagoga Nicolle Alves dos Santos é de extrema importância a proximidade de crianças com a plantação e colheita, focando no cuidado com o ambiente em que vivem, ensinando uma boa alimentação e mostrando aquilo que desenvolveram.